Café capixaba ganha espaço na Europa e exportações para Bélgica, Alemanha, Itália e Espanha impulsionam faturamento de US$ 852,6 milhões em 2024
O Espírito Santo registrou um crescimento histórico de 150% nas exportações de café para a União Europeia em 2024, atingindo 4,1 milhões de sacas de 60 kg, o maior volume da série histórica. O valor gerado triplicou, saltando de US$ 260,1 milhões em 2023 para US$ 852,6 milhões no último ano, consolidando o bloco europeu como o principal destino do café capixaba.
Esse avanço expressivo foi impulsionado por fatores internos e externos. No cenário local, investimentos em tecnologia e a dedicação dos produtores elevaram a qualidade do café, especialmente o conilon. No mercado global, a quebra de safra no Vietnã, conflitos internacionais e a crescente demanda por café sustentável favoreceram a maior presença do produto brasileiro no continente europeu.
A participação da União Europeia no total exportado pelo Espírito Santo cresceu de 26,2% em 2023 para 40,3% em 2024. Do total embarcado, 3,95 milhões de sacas corresponderam ao café cru em grãos, enquanto o café solúvel somou 107,7 mil sacas.
A Bélgica liderou as importações, com crescimento de 134% no volume (de 464,3 mil para 1,1 milhão de sacas) e 230% no valor (de US$ 68,5 milhões para US$ 226,6 milhões). Outros países europeus também ampliaram suas compras:
- Alemanha: 894 mil sacas (22% da participação na UE), movimentando US$ 192,4 milhões;
- Itália: 857 mil sacas (21,1%), totalizando US$ 175,1 milhões;
- Espanha: 539 mil sacas (13,3%), com receita de US$ 107,4 milhões.
O secretário estadual de Agricultura, Enio Bergoli, destacou que a baixa oferta do Vietnã, aliada a atrasos nas exportações e problemas climáticos, reduziu os estoques de café robusta na Europa, abrindo espaço para o produto capixaba. Além disso, o receio das novas exigências regulatórias da União Europeia levou importadores a anteciparem compras, garantindo estoques antes da implementação das regras ambientais.
Segundo Fabrício Tristão, presidente do Centro de Comércio de Café de Vitória (CCCV), o café robusta brasileiro se tornou mais competitivo, impulsionado tanto pelo aumento da oferta de grãos certificados quanto pela incerteza gerada pela regulamentação europeia contra o desmatamento, cuja implementação estava prevista para dezembro de 2024, mas foi adiada. Esse cenário fez com que países como Polônia e Estônia aumentassem suas importações em mais de 2.400%.
Michel Tesch, subsecretário de Desenvolvimento Rural, ressaltou que o resultado reflete o trabalho profissional em toda a cadeia, desde produtores até exportadores, reforçando o Espírito Santo como uma origem de cafés sustentáveis. As expectativas para 2025 são positivas, com projeções de safra elevada e continuidade da demanda europeia. O setor aposta na diversificação de mercados e no fortalecimento de certificações sustentáveis para manter o crescimento das exportações.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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