A gigante da carne, a BRF, está importando milho do Paraguai e da Argentina para ‘garantir defesa’; Estratégia da empresa é garantir o abastecimento diante dos preços internos!
A BRF tem feito importações de milho do Paraguai e da Argentina para “proteção de abastecimento da companhia com o melhor possível possível”, informou o vice-presidente de Planejamento Integrado e Logística da companhia, Leonardo DallOrto. O volume importado e os preços, porém, não foram divulgados, por serem consideradas informações consideradas estratégicas da empresa.
“Estamos vivendo um momento de pressão de custos e alta volatilidade que pressiona toda a indústria no Brasil. Nossas estratégias de compras e abastecimento nos garantido uma vantagem competitiva importante nesse cenário, mas não estamos imunes a seus impactos”, disse o executivo.
As compras do milho estrangeiro ocorrem em um momento de elevação de preços por causa da quebra da safrinha brasileira. As lavouras do Centro-Sul do País foram drasticamente afetadas, primeiro pela estiagem, e, posteriomente, pelas geadas geradas no último mês. A consultoria AgRural, por exemplo, revisou na semana passada a projeção de colheita no Centro-Sul, de 54,6 milhões de toneladas em 1º de julho para 51,6 milhões de toneladas em agosto.
A BRF, nessa conjuntura, opta por trazer milho dos países vizinhos e segue analisando a possibilidade de trazer o grão dos Estados Unidos, com a isenção temporária da tarifa externa (comum TEC) para importações de grãos. “Ainda não compras dos EUA. No momento, as importações do Mercosul se apresentam mais atrativas”, conforme Dall’Orto.
Outra estratégia adotada pela empresa é a busca por materiais alternativos para a proporção das rações, que foi intensificada neste período. Além disso, há, ainda, um repasse inevitável de custos aos preços dos produtos finais e um investimento em projetos de produtividade e gestão ativa dos custos.
JBS diz que vai importar novos volumes de milho da Argentina
Menor oferta interna, valorização do real, e preços internacionais relativamente baixos têm contribuído para o aumento de importação de milho para alimentação animal. Em entrevista ao programa Ligados e Integrados, o diretor de suprimentos da JBS, Arene Trevisan destacou que mais navios trazendo milho para a companhia devem aportar nos próximos dias.
“Em tese, nós deveríamos ser mais competitivos do que qualquer outro país na importação, mas os preços do mercado doméstico ficaram tão exacerbado que o nosso ‘custo Brasil’ por saco chega a R$ 20, o que fica mais caro que importar”, diz Trevisan.
Ainda na entrevista, o diretor de suprimentos da JBS disse que a importação do milho foi a saída para manter o bom andamento das operações.
- Grano Alimentos realiza parceria com mais de 100 agricultores familiares por meio de compras recorrentes e suporte técnico
- Empreendedorismo rural: Banco do Povo concede mais de R$ 21 milhões em crédito para negócios do campo
- Brasil acumula 1,7 milhões de sacas de café paradas nos portos
- Exportações de soja devem ultrapassar 2 milhões de toneladas
- Aprovado o Cadastro Nacional de Animais Domésticos; Entenda
“O modo que nós encontramos para manter a produtividade e o nosso sistema integrado competitivo foi trazer o milho da Argentina. Temos três navios que devem chegar no porto nos próximos dias, importamos mais alguns navios e estamos prospectando mais alguns”, afirma.
Com as dificuldades encontradas neste ano por conta da seca e da geada, Trevisan projeta recuperação para o milho safrinha no próximo ano.
“Temos um potencial para produzir uma safrinha de 100 milhões de toneladas em 2022. Teremos um desafio para abastecer o mercado até maio do ano que vem, mas esperamos uma grande safrinha para que a situação se reestabeleça”, conclui.
Com informações do Estadão Conteúdo e Canal Rural