Os preços da arroba encerram a semana como esperado, com alta nas cotações e o pecuarista com um sinal vermelho diante dos custos de produção!
O mercado físico do boi gordo apresentou preços de estáveis a mais altos no fechamento dessa sexta-feira, 21, a depender da praça pecuária avaliada, com destaque para os animais que atendem o padrão exportação. O mercado seguiu o fluxo mais truncado ao longo desta semana, com indústria pressionando de um lado e os pecuaristas de olho nos custos de produção, apostando em uma melhora nos preços no curto prazo. Dessa forma, a boiada fecha com alta de R$ 7,00/@ e sinal vermelho, veja!
Os preços médios em dólar da arroba do boi gordo brasileiro atingiram, neste mês, o seu maior patamar em seis meses, informa o economista Yago Travagini, analista da Agrifatto. Segundo ele, considerando a precificação atual, o animal está valendo em torno de US$ 60,35/@ (parcial de janeiro), em São Paulo, ante o preço médio de US$ 53,96/@ registrado em janeiro de 2021.
Mercado pouco movimentado nesta sexta-feira, resultado da evolução das escalas de abate, e do escoamento lento da carne no mercado doméstico. Do outro lado, o pecuarista pressiona e, as poucas negociações são concretizadas acima da referência.
O preço do Indicador do Boi Gordo/CEPEA, fechou com uma alta de 1,46%. Sendo assim, os preços da arroba do boi gordo na média paulista saltaram de R$ 339,25/@ para o valor de R$ 344,20/@, com isso o boi gordo acumula uma alta positiva neste mês de 2,29%. A alta acumulada da semana é de R$ 7,05/@ na comparação com a ultima sexta-feira. Confira o gráfico abaixo!
O ágio para bovinos com destino à exportação está entre R$10,00/@ a R$15,00/@. Ainda segundo o app da Agrobrazil, as negociações na praça paulista, para animais jovens, foram informadas no valor de R$ 349,00/@ com abate ainda no mês de janeiro.
Sendo assim, em São Paulo, o valor médio para o animal terminado apresentou uma média geral a R$ 338,07/@, na sexta-feira (21/01), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 334,06/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 312,89@. E em Mato Grosso, a média fechou cotada a R$ 331,91/@.
Com isso, nas praças pecuárias paulistas as cotações do boi gordo e da novilha gorda ficaram estáveis na comparação feita dia a dia. No entanto, a cotação da vaca gorda caiu R$2,00/@. A referência de mercado está em R$337,00/@ para o boi gordo, R$306,00/@ para a vaca gorda e R$325,00/@ a novilha gorda, preços brutos e a prazo, apontou a Scot Consultoria.
Segundo a IHS Markit, a oferta de boiada gorda continua bastante escassa em todas as praças pecuárias. Na avaliação dos analistas, além da oferta enxuta de animais terminados, o bom ritmo das exportações brasileiras de carne bovina ajuda a sustentar os preços nos atuais patamares, limitando pressões baixistas de maior intensidade.
“Com o consumo doméstico ainda fraco e o menor apetite de aquisição por parte do atacado, a operações das indústrias seguem voltadas para o mercado externo”, ressalta a IHS.
Escalas de abate
Algumas indústrias passam por dificuldades em relação a disponibilidade de colaboradores, devido as infecções causadas pela COVID-19 e H3N2, resultando em operação com capacidade reduzida e abates postergados. A soma desses fatores faz com que as escalas se mantenham alongadas nas principais praças do país e a média nacional em 9 dias úteis, a mesma da semana passada.
- Em São Paulo, as indústrias fecharam a sexta-feira com 10 dias úteis já programados.
- Em Rondônia, os frigoríficos estão com as escalas na média de 10 dias úteis, sem variações no comparativo semanal.
- Em Goiás, as programações ficaram estáveis ante a semana passada e em Tocantins houve um avanço de 1 dia no período.
- Em Minas Gerais, as escalas de abate se encontram na média de 8 dias úteis, avanço de 1 dia no comparativo semanal.
- Os frigoríficos sul mato-grossenses também possuem 8 dias úteis escalados, uma alta de 2 dias ante a semana passada.
- Já em Mato Grosso as programações se encontram completas em 6 dias úteis, mantendo a estabilidade no comparativo entre as semanas.
Exportações aquecidas, mas dólar preocupa
Com a reabertura do mercado da China, a partir de meados de dezembro, e a taxa de câmbio altamente favorável, as exportações brasileiras de carne bovina ganharam força nos primeiros dez dias úteis de 2022.
No entanto, as recentes valorizações do real frente ao dólar podem reduzir a competividade das indústrias exportadoras no mercado internacional da carne bovina, afirmam os analistas. Além da maior procura por boiada “padrão-China” (animais abatidos mais jovens, antes dos 30 meses de idade), outros grandes mercados consumidores têm buscando no Brasil ofertas da proteína, como é o caso dos EUA, país que aparece neste mês como o principal destino da carne bovina brasileira.
No acumulado das duas primeiras semanas de janeiro, os embarques de carne bovina in natura alcançaram 72,09 mil toneladas, o equivalente a uma exportação média diária de 7,2 mil toneladas, avanço de 30,5% sobre a média diária de dezembro de 2021 e, volume 34,2% acima da média diária de janeiro/21.
“Caso o ritmo atual dos embarques se mantenha, o País deverá exportar cerca de 150 mil toneladas em janeiro, um novo recorde para o mês”, observa a IHS. Em janeiro de 2021, o Brasil havia exportado 107,33 mil toneladas de carne bovina in natura.
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Custo de produção preocupa
Antes do final do ano, o pecuarista estava até otimista com uma tendência de custos em baixa, mas, ao que tudo indica o cenário se inverteu, e este ano de 2022 ainda promete custos elevados na produção de carne bovina.
O milho, por exemplo, ingrediente essencial para terminação de animais em confinamento, vem seguindo em ritmo de escalada de valorização desde novembro do ano passado. Naquele mês o grão chegou a R$ 82,34 (18/11/2021) por saca de 60 quilos, segundo o Cepea. Na quarta-feira, 19/1, a saca estava em R$ 97,70, uma alta de 18,7% em 62 dias.