
Segundo os analistas que acompanham o mercado pecuário diariamente, o viés ainda é de alta dos preços, com expectativa de arroba do boi gordo atingir R$ 265,00, apoiado no fator crucial nesse momento: escalas de abate!
O mercado físico do boi gordo começou a semana com preços firmes e viés de alta, uma tendência impulsionada pela oferta restrita de animais terminados e a demanda aquecida, tanto no mercado interno quanto nas exportações. Segundo os analistas que acompanham o mercado pecuário diariamente, o viés ainda é de alta dos preços, com expectativa de arroba atingir R$ 265,00, apoiado no fator crucial nesse momento: escalas de abate!
As exportações de carne bovina brasileira continuam fortes, com o país caminhando para estabelecer um novo recorde de embarques. Esse desempenho nas vendas externas tem sido um importante sustentáculo para o setor, especialmente com o dólar em queda recente, cotado a R$ 5,50, o que ainda favorece a competitividade da carne brasileira no mercado internacional.
Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a oferta enxuta é o principal fator que mantém os preços elevados, refletindo escalas de abate curtas em várias regiões do país.
Por outro lado, de acordo com os dados levantados pela Scot Consultoria, a semana começou com estabilidade nos preços no mercado pecuário de São Paulo. A pesquisa da Scot indica que as escalas de abate nas indústrias paulistas permanecem curtas, com uma média de cinco dias. Dessa forma, o boi gordo “comum” segue cotado a R$ 255/@ no estado, enquanto a vaca gorda está sendo comercializada por R$ 230/@.
Já a novilha tem preço de R$ 245/@, e o “boi-China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade com destino a exportação – está sendo negociado a R$ 260/@, com um ágio de R$ 5/@ para o boi gordo destinado ao mercado interno – todos os valores são brutos e a prazo.
Preços médios da arroba do boi gordo pelas principais praças pecuárias do país
- São Paulo: R$ 256/@
- Goiás: R$ 247/@
- Minas Gerais: R$ 249/@
- Mato Grosso do Sul: R$ 260/@
- Mato Grosso: R$ 226/@
Na última semana, o otimismo se estendeu às negociações na B3, com o contrato de outubro/24 renovando a máxima e chegando a R$ 261,95/@ em 12/09, valor que não era visto desde 27/12/2023, ressalta a Agrifatto. O pregão de sexta-feira encerrou com o vencimento para outubro/24 (o contrato com maior liquidez) cotado a R$ 260/@.
Porém, o maior destaque ficou para o contrato do boi gordo de janeiro/25, que registrou valorização de 1,72% e fechou a semana cotado a R$ 269/@. “Com mais negócios saindo nos patamares de R$ 260/@, a tendência é de que o indicador Cepea termine esta semana acima dos R$ 257/@”, aposta a consultoria.
Expectativas para os Próximos Meses no Mercado do Boi Gordo
De acordo com consultorias como a Agrifatto, a oferta de gado continua apertada, o que deve manter a trajetória de alta moderada nos preços da arroba no curto prazo. Além disso, o cenário de exportações robustas deve continuar impulsionando os preços, com projeções de novos recordes mensais de embarques de carne bovina in natura.
A projeção da Agrifatto para setembro é que o país exporte 225 mil toneladas de carne bovina, o que representaria um aumento de 3,47% em relação a agosto, consolidando o maior volume já registrado para o mês. O preço médio da carne exportada também atingiu o maior patamar dos últimos 15 meses, beneficiado pela desvalorização do real frente ao dólar.

“A desvalorização do real tem beneficiado o faturamento das indústrias brasileiras exportadoras”, ressalta a Agrifatto.
Perspectiva para o Produtor Rural
Para os produtores rurais, o cenário atual é positivo, com expectativas de que a demanda externa continue aquecida e mantenha a rentabilidade do setor bovino elevada. No entanto, os produtores devem ficar atentos às variações sazonais de consumo no mercado interno, principalmente nas segundas quinzenas dos meses, quando ocorre a redução do poder de compra do consumidor brasileiro.
Além disso, as novas regulamentações da União Europeia podem trazer desafios no longo prazo, impactando o fluxo das exportações e a sustentabilidade do setor no Brasil.
Com essa combinação de fatores, o momento é de ajuste fino nas operações, considerando o contexto de alta nos preços e a busca por maior eficiência produtiva. Os pecuaristas que estão atentos às movimentações de mercado e buscam melhorias em suas escalas de produção terão maior vantagem competitiva, tanto no mercado interno quanto externo.
Mercado Atacadista: Acomodação dos Preços
Apesar da pressão no mercado físico, o setor atacadista apresentou uma acomodação dos preços nesta segunda quinzena do mês, período historicamente caracterizado por menor apelo ao consumo. O quarto traseiro segue cotado a R$ 19,50/kg no interior de São Paulo, enquanto o quarto dianteiro está a R$ 14,75/kg, e a ponta de agulha permanece a R$ 15,00/kg.
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