Boi gordo segue “tarifaço de Trump” e continua subindo diariamente; veja cotação

A conjuntura atual combina demanda interna aquecida, oferta controlada e boas oportunidades no mercado externo, criando um cenário claramente altista para o boi gordo.

O mercado do boi gordo inicia abril em alta contínua, impulsionado por uma combinação de demanda firme, escalas de abate curtas e expectativas positivas no cenário externo. Com a intensificação das políticas tarifárias dos Estados Unidos sob Donald Trump, a China volta a buscar alternativas de fornecimento, abrindo espaço para ganhos do Brasil nas exportações de carne bovina.

Segundo Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, a perspectiva é de manutenção da tendência de alta no curto prazo. “O Brasil deve conquistar novas fatias do mercado chinês, especialmente diante das tensões comerciais entre China e EUA”, afirma.


Arroba do boi gordo sobe nas principais praças pecuárias

Os dados de mercado mostram uma valorização diária da arroba em diversos estados, com destaque para Goiás e Minas Gerais. Veja os preços médios atualizados:

  • São Paulo: R$ 327,58/@ (estável)
  • Goiás: R$ 327,75/@, contra R$ 320,54 no dia anterior
  • Minas Gerais: R$ 320,29/@, ante R$ 315,29
  • Mato Grosso do Sul: R$ 321,36/@, contra R$ 321,02
  • Mato Grosso: R$ 321,49/@, ante R$ 319,19

Segundo a Scot Consultoria, em São Paulo, o boi “comum” subiu para R$ 324/@ e o boi-China atingiu R$ 327/@. A vaca gorda também teve alta diária de R$ 2/@, indo a R$ 290/@, enquanto a novilha gorda manteve-se estável em R$ 305/@.

No Mato Grosso, as valorizações também foram expressivas:

  • Norte do MT: boi “comum” subiu R$ 3/@ (R$ 317), novilha teve alta de R$ 5/@ (R$ 305)
  • Sudoeste do MT: boi “comum” agora a R$ 317/@
  • Cuiabá e Sudeste do MT: todas as categorias subiram R$ 5/@ – boi comum a R$ 320/@, vaca a R$ 295/@ e novilha a R$ 305/@

O ágio pago pelo boi-China em relação ao boi gordo segue expressivo: R$ 8/@ nas regiões norte, sudoeste e sudeste do MT e R$ 5/@ em Cuiabá.


Atacado e exportação mantêm ritmo firme

No mercado atacadista, os preços da carne bovina permanecem firmes. O quarto traseiro segue cotado a R$ 26,00/kg, o dianteiro a R$ 19,00/kg e a ponta de agulha a R$ 18,00/kg.

Iglesias destaca que a tendência é de nova alta nos próximos dias, favorecida pela entrada dos salários e aumento no consumo durante o feriado prolongado. “As exportações estão em ótimo ritmo, com boas chances de recorde histórico nesta temporada”, projeta.

Dólar em queda favorece importadores

O dólar comercial recuou 2,52%, encerrando o dia cotado a R$ 5,8444 para venda. A moeda chegou a oscilar entre R$ 5,8292 e R$ 6,0967 ao longo da quarta-feira (9). A queda da moeda americana melhora o poder de compra dos importadores, especialmente asiáticos.

Mercado futuro do boi gordo segue otimista

Na B3, o otimismo com a pecuária sustentou os preços futuros do boi gordo. O contrato de agosto/25 fechou cotado a R$ 333,40/@, com alta diária de 0,20%. Segundo a Agrifatto, além do ambiente externo favorável, as boas condições de pastagem têm permitido aos pecuaristas manter o gado na fazenda, pressionando por valores mais atrativos na negociação.

Em São Paulo, a Agrifatto apurou que boi comum e boi-exportação são negociados a R$ 335/@, sem ágio, enquanto a média nacional nas 17 praças monitoradas ficou em R$ 303,20/@, com valorização registrada em cinco estados (SP, MS, MT, PR e TO).

A conjuntura atual combina demanda interna aquecida, oferta controlada e boas oportunidades no mercado externo, criando um cenário claramente altista para o boi gordo. Com a guerra comercial entre Estados Unidos e China se intensificando, o Brasil assume uma posição estratégica para atender à demanda global por proteína bovina. A tendência, segundo analistas, é que os preços sigam firmes ao longo de abril, sustentados por exportações robustas e consumo interno reativo.

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