
O indicador DATAGRO apontou uma alta semanal de 1,22%, fechando em R$ 320/@, leve avanço de 0,27% em relação à sexta anterior (28/3). Negócios de até R$ 330/@ para o boi gordo já foram identificados pelas consultorias que acompanham o mercado.
O mercado físico do boi gordo abriu a semana com estabilidade nos preços, com poucos negócios registrados nas praças brasileiras. Apesar disso, o setor segue em viés de alta, sustentado por boas condições de pastagem, aquecimento do mercado interno e forte desempenho das exportações. Os pecuaristas, por sua vez, continuam a cadenciar as vendas e buscar melhores preços para poder fazer caixa. Esse cenário tem dificultado as posições da indústrias que tentam alongar suas escalas de abate.
De acordo com a Scot Consultoria, o boi gordo comum segue negociado a R$ 320/@, enquanto o “boi-China” vale R$ 323/@. A vaca gorda está cotada em R$ 288/@ e a novilha em R$ 305/@ (valores brutos, com prazo). As escalas de abate das indústrias paulistas permanecem, em média, em seis dias úteis.
Já segundo levantamento da Agrifatto, os preços mantiveram tendência de valorização na primeira semana de abril, impulsionados pelo volume regular de chuvas, que tem favorecido a qualidade das pastagens. Com isso, os pecuaristas seguem segurando os animais no sistema produtivo, à espera de cotações melhores.
O indicador DATAGRO apontou uma alta semanal de 1,22%, fechando sexta-feira (4/4) em R$ 320/@, leve avanço de 0,27% em relação à sexta anterior (28/3).
Carne mais cara no atacado
A demanda interna também contribuiu para a sustentação dos preços. O pagamento dos salários de março estimulou o consumo e resultou em alta nos preços das carnes no atacado, tanto com ossos quanto desossadas, segundo a Agrifatto.
Exportações fortalecem o mercado do boi gordo
As exportações brasileiras de carne bovina in natura somaram 215 mil toneladas em março, segundo a Agrifatto, reforçando a tendência de preços firmes no mercado físico. A expectativa é que esse cenário se mantenha até o fim de abril.
Dados da Abiec, com base na Secex/MDIC, apontam que o Brasil exportou 248 mil toneladas no mês — um crescimento de 13,1% sobre fevereiro e de 30,2% em relação a março de 2024. A receita gerada foi de US$ 1,17 bilhão, avanço de 39,6% na comparação anual.
A carne bovina in natura respondeu por 86,8% do volume exportado e 89,7% do faturamento. Outros segmentos também se destacaram:
- Tripas: +37,3% em volume e +36,3% em valor
- Produtos salgados: +35,7% em volume e +34,6% em valor
- Industrializados e miúdos: crescimento superior a 9% no volume exportado
Principais destinos
- China: 97,3 mil toneladas (39,2% do total), com receita de US$ 463,8 milhões
- Estados Unidos: 42,1 mil toneladas (+56,3%), com US$ 225,5 milhões (+53%)
- Rússia: +81,5% em volume (8.155 t)
- Israel: +48,6% (4.954 t)
- Filipinas: +38,2% (5.631 t)
- México: +30,7% (5.777 t)
Balanço do primeiro trimestre
De janeiro a março, o país exportou 676 mil toneladas, crescimento de 12,8%, com faturamento de US$ 3,22 bilhões (+22,1%).
Os dez maiores mercados no trimestre foram:
- China: 284,6 mil t (42,1%)
- EUA: 88 mil t (13%)
- Chile: 30,5 mil t (4,5%)
- Hong Kong: 24,1 mil t (3,6%)
- União Europeia: 22,4 mil t (3,3%)
- Argélia: 21,3 mil t (3,1%)
- Rússia: 19,5 mil t (2,9%)
- Egito: 18,3 mil t (2,7%)
- Arábia Saudita: 14,6 mil t (2,2%)
- México: 13,3 mil t (2%)
Exportadores por estado
Os principais estados exportadores no trimestre foram:
- São Paulo: 145 mil toneladas (21,7%)
- Mato Grosso: 137 mil toneladas (20,5%)
- Goiás: 80,8 mil toneladas (12%)
- Mato Grosso do Sul: 74,3 mil toneladas (11,1%)
- Rondônia: 61,9 mil toneladas (9,3%)
“Os resultados refletem a competitividade da carne bovina brasileira no mercado internacional. Apenas cerca de 30% da produção nacional é exportada, com cortes diferentes dos consumidos no mercado interno”, afirma Roberto Perosa, presidente da Abiec.
Mercado futuro do boi gordo na B3
Na B3, os contratos encerraram a semana em alta, apesar de uma abertura negativa influenciada por medidas protecionistas dos EUA. Confira os destaques do boi gordo na B3:
- Abril/25: R$ 323,50/@, alta semanal de 1,73%
- Maio/25: R$ 322,85/@, variação de +0,65%
- Agosto/25: R$ 331,65/@, avanço de 1,42%
O cenário geral para o boi gordo permanece positivo, com fundamentos sólidos tanto no mercado interno quanto externo, o que pode sustentar novas valorizações nas próximas semanas.
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