Boi gordo segue acima de R$ 312/@ no geral e frigoríficos cogitam férias coletivas

Apesar do preço médio do boi gordo estar cotado nesse valor, pecuaristas relatam negociações de R$ 320/@ em importantes praças; Mas, agora, a atenção se volta para a pressão sobre as escalas de abate e a margem de lucro reduzida que têm levado frigoríficos a considerar a adoção de férias coletivas.

O mercado do boi gordo vive um momento de preços em alta, sustentado pela baixa oferta de animais prontos para abate e pelo crescimento das exportações. A cotação da arroba do boi gordo ultrapassou a marca de R$ 312 nas principais praças pecuárias do país, com expectativa de que a demanda se intensifique ainda mais nos próximos meses, especialmente devido ao aumento sazonal de consumo com a aproximação do fim do ano. Contudo, a pressão sobre as escalas de abate e a margem de lucro reduzida têm levado frigoríficos a considerar a adoção de férias coletivas.

Apesar do preço médio estar cotado nesse valor, pecuaristas relatam negociações de R$ 320/@ em importantes praças; Mas, agora, a atenção se volta para a pressão sobre as escalas de abate e a margem de lucro reduzida que têm levado frigoríficos a considerar a adoção de férias coletivas.

Situação do Mercado do Boi Gordo

O aumento dos preços do boi gordo é sustentado pela baixa oferta de animais terminados e pela forte demanda da indústria exportadora, que vê o Brasil em um caminho para recordes históricos de embarques de carne bovina.

De acordo com Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, as escalas de abate encontram-se nas piores condições da atual temporada, levando a uma postura de compra agressiva dos frigoríficos, principalmente aqueles focados em exportação. “Ressaltando que a dinâmica das exportações permanece muito contundente neste momento, com o Brasil caminhando para um recorde histórico em termos de quantidade de produto embarcado”, apontou o analista.

O cenário no mercado atacadista também é de preços firmes, impulsionados pela expectativa de maior consumo nas próximas semanas. Segundo Iglesias, a carne bovina, no entanto, pode enfrentar desafios de competitividade frente a outras proteínas mais acessíveis, como a carne de frango.

Cotações e Dinâmica de Preços

As cotações dos diferentes cortes de carne refletem essa alta de preços. O quarto traseiro é cotado a R$ 23,20/kg, o quarto dianteiro a R$ 18,20/kg e a ponta de agulha permanece em R$ 17,30/kg. A média da arroba do boi em São Paulo foi de R$ 312,50 nesta quinta-feira (24), segundo a Agrifatto, variando entre o boi comum para o mercado interno e o boi padrão-exportação, o “boi-China”, abatido com até 30 meses de idade. Entre as 17 praças monitoradas pela consultoria, 16 apresentaram elevações, destacando-se estados como São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

Apenas em Tocantins a arroba manteve-se estável. No mercado paulista, a arroba do boi comum subiu R$ 3 para R$ 310 e o boi-China está cotado em R$ 315, com lotes especiais chegando a R$ 320.

Giro do boi gordo pelas principais praças pecuárias do país:

  • São Paulo: R$ 313,00/@
  • Goiás: R$ 310,00/@
  • Minas Gerais: R$ 310,00/@
  • Mato Grosso do Sul: R$ 313,00/@
  • Mato Grosso: R$ 299,00/@
boi gordo - arroba

Impacto na Indústria: Férias Coletivas nos Frigoríficos

Alguns frigoríficos localizados em estados como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Pará, enfrentam dificuldades para alongar as escalas de abate devido à baixa oferta de animais. Com isso, férias coletivas são cogitadas em algumas unidades para mitigar os impactos da baixa oferta durante a entressafra.

De acordo com a consultoria Agrifatto, embora haja possibilidade de uma leve acomodação sazonal, o cenário sugere uma manutenção dos preços em patamares elevados, impulsionado também pelas exportações. Mesmo com margens de lucro reduzidas, os frigoríficos mantêm-se operando no positivo, embora a valorização da carne no atacado e varejo tenha ficado abaixo do ritmo de alta da arroba nas últimas semanas.

Perspectivas para o Futuro e Influência do Câmbio

Com o dólar oscilando em torno de R$ 5,66 e a expectativa de continuidade da demanda externa aquecida, o mercado físico e futuro indicam estabilidade na tendência de alta dos preços do boi gordo. Os contratos futuros na B3 apontam ajustes positivos, com o vencimento de outubro cotado a R$ 313,90/@.

Pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) apontam que, além dos animais em confinamento, a oferta de animais a pasto é essencial para a formação dos preços. O segundo semestre, marcado por chuvas escassas e queimadas acima da média, levou a uma comercialização antecipada de lotes, restringindo ainda mais a oferta atual e alimentando a alta das cotações desde agosto.

E agora, o que esperar do mercado do boi gordo?

O mercado do boi gordo caminha para fechar o ano com preços elevados, pressionado por uma demanda robusta e por uma oferta reduzida. A possibilidade de férias coletivas nos frigoríficos reforça a seriedade do impacto da baixa oferta, enquanto a demanda do mercado externo continua a impulsionar os preços, assegurando uma valorização firme no curto e médio prazo.

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