
As tentativas de compra do boi gordo seguem com viés de baixa, já que nesse momento o mercado interno tem consumo abaixo do esperado e as indústrias trabalham com escalas de abate confortáveis; Veja o que esperar
O mercado do boi gordo continua acima do patamar de R$ 310/@, mas enfrenta pressão baixista intensificada, especialmente diante da maior oferta de fêmeas para abate e da instabilidade no mercado futuro. Segundo especialistas, as vendas de carne bovina na primeira quinzena de março serão um fator determinante para a formação dos preços no curto prazo.
De acordo com o analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, há tentativas de compra em patamares mais baixos, especialmente na região Norte. A oferta de fêmeas segue elevada, o que facilita a composição das escalas de abate pelas indústrias frigoríficas.
A Scot Consultoria apurou que, em São Paulo, o boi gordo “comum” está cotado em R$ 315/@, a vaca gorda em R$ 285/@ e a novilha gorda em R$ 303/@. Já o boi-China, destinado ao mercado exportador, é negociado por R$ 317/@ (valores brutos, no prazo). As escalas de abate nas indústrias paulistas estão, em média, em nove dias.
Segundo a Agrifatto, o boi gordo paulista para o mercado interno vale R$ 310/@, enquanto o boi-China atinge R$ 320/@. Nos demais estados monitorados, a média da arroba ficou em R$ 292,80/@.
Cotações regionais do boi gordo (média a prazo)
- São Paulo: R$ 313,42 (@)
- Goiás: R$ 298,57 (@)
- Minas Gerais: R$ 305,32 (@)
- Mato Grosso do Sul: R$ 303,07 (@)
- Mato Grosso: R$ 303,18 (@)
Mercado atacadista mantém preços estáveis
No atacado, os preços da carne bovina seguem acomodados. Com a entrada dos salários na economia, a demanda doméstica pode ganhar força. Atualmente, os cortes seguem as seguintes cotações:
- Quarto traseiro: R$ 23,80/kg
- Ponta de agulha: R$ 17,00/kg
- Quarto dianteiro: R$ 17,00/kg
Câmbio e influência no mercado
O dólar comercial encerrou a sessão com alta de 0,43%, cotado a R$ 5,7290 para venda. Na semana, a valorização foi de 0,57%, o que pode impactar os custos do setor pecuário e a competitividade da carne bovina brasileira no mercado externo.
Expectativas para março e comportamento histórico
A Agrifatto avalia que a elevada oferta de fêmeas tem impactado os preços do boi gordo. Entretanto, a consultoria projeta uma redução dessa oferta na segunda quinzena de março, o que pode favorecer a valorização da arroba.
Em um panorama histórico, o contrato de maio/25 já acumula uma queda de 8,42% em 2025, saindo de R$ 324,20/@ no final de 2024 para R$ 296,90/@. Comparado ao pico registrado em novembro/24 (R$ 334/@), a desvalorização chega a 11,11%.
Mercado futuro do boi gordo apresenta volatilidade
A B3 registrou movimentos de alta na sexta-feira (21/2), especialmente para o contrato de julho/25, que fechou em R$ 309,60/@, com valorização diária de 1,18%. Contudo, a semana anterior foi marcada por fortes quedas:
- Contrato de abril/25: caiu 2,48%, fechando a R$ 296,50/@.
- Contrato de maio/25: registra queda acumulada de 7,7%, colocando 2025 como o segundo pior ano dos últimos 20 anos no intervalo entre fevereiro e maio.
O volume de contratos em aberto cresceu 9,44% na última semana, impulsionado por opções de venda (PUTs), que avançaram 16,46% e atingiram 17,48 mil contratos, refletindo a crescente preocupação com novas quedas nos preços.
Cenário desafiador para pecuaristas
Com um histórico de desvalorização e a pressão do mercado futuro, a pecuária enfrenta um cenário de incertezas. No curto prazo, a oferta elevada de fêmeas e a resistência dos frigoríficos em pagar preços mais altos devem manter o mercado pressionado. Entretanto, a possível redução dessa oferta em março pode abrir espaço para uma retomada dos preços do boi gordo.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.
China vai transformar 90 milhões de hectares em terras agrícolas para produzir grãos
A medida de transformar 90 milhões de hectares em terras agrícolas para produzir grãos, foi definida como estratégica pelo governo chinês, que reconhece que a base para garantir a segurança alimentar está na terra arável.
Brasil pode suprir até 30% das compras anuais de carne bovina do Vietnã
O Analista da Safras Consultoria acredita que o Brasil poderá exportar 45 mil toneladas de carne bovina por ano para o Vietnã
Continue Reading Brasil pode suprir até 30% das compras anuais de carne bovina do Vietnã
Itaú BBA: Os preços do café devem seguir os firmes
Os dados disponíveis no Agro Mensal, relatório divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA
Continue Reading Itaú BBA: Os preços do café devem seguir os firmes
Conheça o maior reservatório de geomembrana PEAD para irrigação da América Latina; Vídeo
O maior reservatório de geomembrana PEAD para irrigação da América Latina, localizado em São Desidério (BA), tem 48 hectares de área – foram instalados quase 2 milhões de m² de geomembrana, sendo um marco em eficiência e segurança no armazenamento hídrico.
Carne do Brasil, um negócio global e acelerado de US$ 13 bilhões
O país é líder global nessa proteína, tem passado nas últimas décadas por uma transformação tecnológica e inovadora do campo ao prato – e, o mais importante, há uma demanda dos mercados interno e mundial em ascensão
Continue Reading Carne do Brasil, um negócio global e acelerado de US$ 13 bilhões
Quais são os motivos para a escassez de trabalhadores no setor rural?
Recentes estudos revelam que um número crescente de produtores rurais enfrenta dificuldades na contratação de funcionários qualificados
Continue Reading Quais são os motivos para a escassez de trabalhadores no setor rural?