Alta nos preços do boi gordo reflete a escassez de oferta de matéria prima no campo [animais para abate] e, a esse fator, aliado a maior demanda no mercado interno e externo; Diante desse cenário, viés de alta permanece
O mercado físico do boi gordo segue em um movimento de alta que, segundo as consultorias, já permanece a mais de uma semana, refletindo a combinação de escalas de abate apertadas e uma demanda aquecida, tanto no mercado interno quanto no externo. Os preços de todas as categorias seguem com viés de alta, pelo menos no curto prazo. De acordo com a Agrifatto, atualmente, o volume de boiadas gordas negociado tem sido apenas o suficiente para manter as programações de abate em 7 dias úteis, na média nacional.
Na última quinta-feira (12), os preços da arroba do boi gordo apresentaram elevações em diversas regiões do país. Em São Paulo, por exemplo, o valor alcançou R$ 255,33/@, enquanto em Mato Grosso do Sul atingiu R$ 257,27/@, evidenciando o momento positivo para o setor.
Conforme dados levantados pela Scot Consultoria, os preços do macho terminado sem padrão de exportação, assim como da novilha e vaca gordas, registraram uma elevação de R$ 5/@ em relação ao dia anterior, passando para R$ 255/@, R$ 245/@ e R$ 230/@, respectivamente, considerando os valores brutos e a prazo.
O boi-China – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – também seguiu essa tendência de alta, com um aumento de R$ 5/@, atingindo R$ 260/@ em São Paulo, o que representa um ágio em relação ao boi comum. Segundo a Scot, a combinação de uma demanda superior à oferta e o bom ritmo de escoamento da carne bovina indicam um mercado firme, com perspectivas de novas elevações nos preços.
As exportações, que têm sido bastante representativas nesta temporada, impulsionam o mercado, enquanto a alta taxa de ocupação na economia brasileira contribui para o aumento do consumo de proteínas de origem animal, como aponta Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado. Ele destaca uma expectativa otimista para o último bimestre do ano, em função dessa demanda crescente.
“Soma-se a isso a alta taxa de ocupação na economia brasileira, motivando um melhor consumo de proteínas de origem animal. Com isso, a expectativa é alta para o último bimestre”, disse o analista da consultoria Safras & Mercado.
O boi-China também acompanhou essa tendência de alta, chegando a R$ 260/@, um ágio de R$ 5 sobre o animal “comum”.
Preços do Boi Gordo pelas Principais Praças Pecuárias do Brasil
Os valores da arroba variam conforme a região, com destaque para Mato Grosso do Sul, onde o preço chegou a R$ 258,00/@, superando São Paulo e Minas Gerais.
- São Paulo: R$ 256/@
- Goiás: R$ 247/@
- Minas Gerais: R$ 247/@
- Mato Grosso do Sul: R$ 258/@
- Mato Grosso: R$ 225/@
Acompanhando a tendência positiva do mercado físico, a B3 também registrou alta em todos os contratos futuros do boi gordo, com o vencimento para setembro/24 cotado a R$ 254,95/@, uma alta de 0,30% na comparação diária, apontou a Agrifatto.
Demanda Excedendo a Oferta
A oferta de boiadas gordas tem sido insuficiente para acompanhar a demanda, o que mantém as programações de abate em torno de uma semana na média nacional, segundo a Agrifatto. Esse cenário de escassez de oferta e demanda robusta deve manter o mercado firme, com projeções de novos aumentos nos preços da arroba nas próximas semanas.
Mercado Atacadista e Competitividade
No mercado atacadista, os preços das carnes bovinas ainda mostram estabilidade, mas a expectativa é de alguma alta no curto prazo, devido ao bom desempenho do consumo nas primeiras semanas do mês. O quarto traseiro segue precificado a R$ 19,50/kg, enquanto o dianteiro e a ponta de agulha são cotados a R$ 14,75/kg e R$ 15,00/kg, respectivamente.
Entretanto, o setor bovino pode enfrentar desafios no que diz respeito à competitividade com outras proteínas, como a carne de frango, que é mais acessível ao consumidor.
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão com uma leve queda de 0,56%, sendo negociado a R$ 5,6171 para venda, o que pode beneficiar as exportações de carne bovina ao tornar o produto brasileiro mais competitivo no mercado internacional.
Expectativa de Mercado
Com uma demanda sólida, tanto interna quanto externa, e uma oferta limitada de boiadas, as expectativas para o setor bovino seguem otimistas. O mercado físico do boi gordo deve continuar com tendência de alta nos próximos dias, apoiado pelo bom escoamento da carne e pela performance positiva nas exportações.
Europa suspende importação de carne bovina de fêmeas do Brasil
Em uma decisão recente, a União Europeia e o Reino Unido anunciaram a suspensão das exportações de carne bovina proveniente de fêmeas do Brasil, alegando o uso de estradiol na Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF). A medida, efetiva a partir de 6 de outubro de 2024, permitirá apenas a exportação de carne de machos para o bloco europeu até que o Brasil implemente um protocolo que comprove a não utilização do hormônio.
Embora a notícia seja relevante, o impacto imediato nas exportações de carne bovina provavelmente será limitado, uma vez que a proporção de vacas no total de animais abatidos tende a reduzir-se no segundo semestre. Contudo, a decisão pode afetar produtores com contratos específicos com frigoríficos, particularmente aqueles que fornecem carne para a Cota Hilton, destinada a cortes nobres e de alta qualidade.
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