Boi gordo registra negócios acima da referência e viés de alta no curto prazo

Os pecuaristas brasileiros continuam ‘amparados’ pelo ritmo acelerado das exportações de carne bovina e pela redução significativa do volume de abate de fêmeas. Esse cenário sugere um ambiente de negócios favorável à alta das cotações do boi gordo

O mercado físico do boi gordo voltou a registrar negociações acima da referência média nesta terça-feira (6), com tendência de alta nas principais praças pecuárias do país, de acordo com analistas do setor. A demanda prevista para a primeira quinzena do mês, impulsionada pela entrada dos salários e pelo consumo associado ao Dia dos Pais, sugere um ambiente de negócios favorável à alta das cotações.

Além disso, tendência de alta no curtíssimo prazo é impulsionada, também, pelas exportações que seguem aquecidas e favorecidas pela maior competitividade da proteína brasileira com o desgaste do real frente ao dólar.

“Os frigoríficos estão operando com um volume significativo de contratos a termo e de animais confinados”, observa a consultoria Agrifatto. Além disso, “os pecuaristas brasileiros seguem ‘amparados’ pelo ritmo acelerado das exportações nas últimas semanas e pela diminuição do abate de fêmeas”, acrescenta a consultoria.

“Para o curtíssimo prazo, avaliamos que a primeira quinzena do mês é um bom momento para as vendas de carcaça bovina no atacado e, com o dólar e as exportações se mantendo firmes, nós visualizamos a continuação do processo de valorização do boi gordo”, prevê a Agrifatto.

Analistas da Scot Consultoria também destacam uma redução na oferta de fêmeas ao mercado. “Um cenário comum para esta época do ano, pois a participação da categoria no abate de bovinos no segundo semestre é tradicionalmente menor comparado ao primeiro”, afirmam os especialistas.

Com isso, o mercado do boi gordo iniciou a terça-feira (6/8) oferecendo R$ 3/@ a mais para a vaca gorda na praça de São Paulo, agora negociada por R$ 205/@, no prazo, segundo a Scot Consultoria. O boi gordo, a novilha gorda e o “boi-China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade – continuam valendo R$ 227/@, R$ 217/@ e R$ 230/@, respectivamente, ainda segundo a Scot.

Já o Indicador do Boi Gordo, do Cepea, continua a sua trajetória de alta na praça paulista – praça referência para as demais regiões do Brasil. Com isso, o indicador terminou a segunda-feira valendo R$ 234,70/@ e, com isso, mantém a mais de 15 dias os valores acima de R$ 230,00/@. Confira o gráfico abaixo e acompanhe o movimento dos preços do indicador.

Boi gordo Indicador do Cepea

De acordo com dados da Agrifatto, o preço da arroba (média entre o animal “comum” e o “boi-China”) em São Paulo subiu para R$ 236,50 nesta terça-feira (6/8). As demais regiões monitoradas pela consultoria, um total de 16 além de São Paulo, acompanharam o ajuste na praça paulista, levando a cotação média para R$ 218,40/@. “Oito das 17 praças valorizaram a arroba nesta terça-feira (SP, GO, MG, MS, MT, PA, PR e TO); as outras 9 mantiveram suas cotações estáveis”, destaca a Agrifatto.

Fernando Henrique Iglesias, analista da consultoria Safras & Mercado, destacou que a perspectiva de uma boa quantidade de animais confinados no mercado pode limitar aumentos mais significativos dos preços da arroba do boi gordo.

A grande quantidade de contratos a termo firmados nesta temporada é um fator a ser considerado.

Cotações da arroba de boi gordo nas praças pecuárias do país

  • Em São Paulo, a referência média para a arroba do boi ficou em R$ 230,85 na modalidade à prazo.
  • Em Goiás, a indicação média foi de R$ 224,57.
  • Em Minas Gerais, a arroba teve preço médio de R$ 221,88.
  • Em Mato Grosso do Sul, a arroba foi indicada em R$ 231,25.
  • Em Mato Grosso, a arroba ficou em R$ 209,14.

Preços firmes no atacado

O mercado atacadista de carne bovina ainda se depara com preços firmes e perspectiva de alta no curto prazo, alinhado à boa demanda na primeira quinzena do mês. O mercado está atento à doença de Newcastle e à retomada dos compradores de carne de frango do Brasil, como a China, destacou Iglesias.

O quarto traseiro segue precificado a R$ 17 por quilo. A ponta de agulha é cotada a R$ 12,50 por quilo, e o quarto dianteiro está no patamar de R$ 13 por quilo.

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