
Cenário “limitado” para a carne do boi, tanto no mercado interno quanto no internacional, reduz as receitas da indústria; Momento é de disputa entre frigorífico e pecuarista, que buscam melhores oportunidades nos preços do boi gordo.
O mercado físico do boi gordo segue operando sob ampla pressão de queda. Com um cenário “limitado” para a carne do boi, tanto no mercado interno quanto no internacional, tem reduzido as receitas da indústria. Dessa forma, o momento é de disputa entre frigorífico e pecuarista, que buscam melhores oportunidades. A queda de braço entre frigorífico e pecuarista, faz boi recuar a R$ 234/@.
Conforme observado pelas consultorias, a oferta de animais terminados vêm apresentando avanços mais contundentes ao longo da semana – animais oriundos da terminação no cocho -, em especial na Região Norte. Com isso, os frigoríficos conseguem avançar em escalas, o que pode representar maior pressão de venda, disse o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Ainda segundo ele, o cenário delimitado para a carne bovina, tanto no mercado interno quanto no internacional, ainda é difícil, reduzindo as receitas da indústria e incentivando o corte de custos via redução dos preços da arroba do boi gordo.
Em âmbito nacional, segundo levantamento da S&P Global Commodity Insights, o volume de negócios no mercado físico do boi gordo seguiu esparso nesta quarta-feira. “Boa parte das unidades de abate continua atuando de forma cadenciada nas compras de gado gordo, alegando dificuldade no escoamento da produção de carne”, ressalta a consultoria.
Comportamento do mercado do boi gordo
Conforme o relatório da Scot Consultoria, em São Paulo, por conta das escalas de abate alongadas e do menor ímpeto comprador pelas indústrias frigoríficas, todas as categorias de bovinos para abate tiveram quedas na comparação diária. As cotações do boi gordo, da vaca gorda e da novilha gorda caíram R$5,00/@. O boi gordo está sendo negociado em R$235,00/@, a vaca em R$207,00/@ e a novilha em R$225,00/@, preços brutos e a prazo.
Ainda em relação ao mercado interno, conforme o INDICADOR DO BOI GORDO CEPEA/B3, os preços recuaram novamente, acumulando uma desvalorização de 4,21% no comparativo mensal. Dessa forma, os preços recuaram para o patamar de R$ 243,50/@. Confira no gráfico abaixo o comportamento dos valores do indicador ao longo dos últimos 30 dias úteis.
Já a cotação do boi destinado à exportação, o “boi China” – animal jovem abatido com até 30 meses de idade, caiu R$10,00/@. Sendo assim, essa categoria está sendo negociado em R$240,00/@, preço bruto e a prazo. Ágio de R$5,00/@ em relação ao boi comum.

Ainda em relação ao boi destinado ao mercado externo, a Agrobrazil – empresa parceira do Compre Rural – informou no seu aplicativo que, dentre as negociações informadas pelos pecuaristas, a melhor negociação foi em São José do Rio Preto/SP. O pecuarista negociou o lote de animais pelo valor total da arroba por R$ 245,00/@, sendo esse valor composto por R$ 220,00/@ (Base), mais bonificações de R$ 25,00/@. O que chama atenção, conforme mostra imagem abaixo, é a data de abate dos animais. É possível ver que as indústrias já formam suas escalas para a primeira quinzena de agosto.
Na B3, os contratos futuros encerram o dia com fortes reajustes negativos, o vencimento para out/23 recuou 4,08% e fechou a quarta-feira cotado à R$ 228,00/@. Esse cenário mostra que as indústrias estão ajustando suas escalas para o período de maior demanda – interna e externa – com o chamado “Boi a Termo”, visando evitar uma pressão positiva nos preços por parte da oferta. Outro contrato que teve queda acima de 4,00% foi Agosto e Setembro/23, fechando a R$ 226,95/@ e R$ 225,40/@, respectivamente.

Exportações de carne bovina in natura recuam e pressionam boi gordo
No acumulado dos primeiros 15 dias úteis de julho (acumulado em três semanas), o Brasil embarcou 117,6 mil toneladas de carne bovina in natura, com fluxo médio no período de 7,84 mil toneladas/dia.
O resultado representa uma queda de 14,6% frente à média de junho/23 e retração de 1,5% em relação ao volume médio de julho/22, informam as consultorias do setor, com base em dados divulgados nesta terça-feira (25/7) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O preço médio da tonelada exportada também recuou no período analisado, caindo para US$ 4.755,40, valor 5,9% abaixo da cotação média de junho/23 e queda de 27,4% frente ao valor médio da tonelada de julho/22 (US$ 6.549,9).
Menor preço do bezerro reduz em 15% o custo operacional da recria e engorda em MT
Segundo o Imea (Projeto Rentabilidade), no 2º tri/23 o custo operacional efetivo (COE) para a recria e engorda foi de R$ 213,19/@. Quando comparado com o consolidado de 2022, o COE dessa categoria recuou 14,86%, resultado do menor custo com aquisição de animais, que saiu de R$ 156,93/@ vendida para R$ 125,16/@. Para se ter ideia, o bezerro de ano, que custava R$ 2.903,96/cab. no 2º tri/22, foi cotado a R$ 2.245,58/cab. no mesmo período de 2023, o que significa retração de 22,67% nos preços da categoria.
Essa redução no preço do bezerro foi influenciada principalmente pela grande oferta desses animais no mercado, em conjunto com a intensa desvalorização nos preços do boi gordo, uma vez que a cotação dos bezerros tende a acompanhar a cotação deste. Com a atual fase de baixa no ciclo pecuário, o preço do bezerro tende a permanecer lateralizado, favorecendo os invernistas na compra de reposição.
Giro do boi gordo pelo Brasil
- São Paulo, Capital: a arroba do boi ficou em R$ 234
- Dourados (MS): R$ 235,00
- Cuiabá: R$ 212,00
- Goiânia (GO): R$ 220,00
- Uberaba (MG): R$ 230,00
Boi no atacado
Já o mercado atacadista teve preços estáveis para a carne bovina nesta quarta-feira (26). O ambiente de negócios ainda sinaliza para pouco espaço para a recuperação dos preços, mesmo em um momento em
que há bom consumo de proteína de origem animal, caso da primeira quinzena do mês, mesmo a
demanda durante o dia dos pais parece insuficiente neste momento.
A situação das proteínas concorrentes ainda é complicada, em especial da carne de frango, com grandes indícios de excesso de oferta.
- Quarto traseiro permaneceu precificado a R$ 17,00 por quilo
- Quarto dianteiro: R$ 12,65 por quilo
- Ponta de agulha: R$ 12,50
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão com baixa de 0,44%, sendo negociado a R$ 4,7280 para venda e a R$ 4,7260 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,7230 e a máxima de R$ 4,7550.
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