
A entrada expressiva de fêmeas no mercado, com destaque para as fêmeas, combinada com o baixo escoamento interno de carne bovina, intensifica a pressão dos frigoríficos na cotação do boi gordo e faz pecuaristas dizerem ‘menos que R$ 300/@ não’
O mercado físico do boi gordo enfrenta nova pressão de baixa, com frigoríficos ampliando as escalas de abate e forçando redução nos valores pagos ao produtor. No entanto, os pecuaristas resistem a negociar abaixo de R$ 300/@, mantendo uma posição firme diante das desvalorizações recentes.
Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, a entrada expressiva de fêmeas no mercado tem sido um fator determinante para a pressão baixista. Esse movimento permitiu que a indústria frigorífica ampliasse suas escalas de abate e reduzisse os preços de referência. A influência desse fenômeno tem sido mais intensa na Região Norte, mas seus reflexos já impactam estados com grande volume de abates.
Por outro lado, as exportações de carne bovina seguem em ritmo forte, o que impede uma queda ainda maior nos preços. Segundo dados da Secex, nesta parcial de fevereiro, o Brasil registrou média de 10 mil toneladas diárias embarcadas, um aumento de 6,2% em relação ao mesmo período do ano passado.
Cotação do boi gordo
As recentes desvalorizações são refletidas nas principais praças pecuárias do país:
- São Paulo: R$ 315,92/@ (R$ 317,00 ontem)
- Goiás: R$ 300,18/@ (estável)
- Minas Gerais: R$ 305,82/@ (R$ 306,18 anteriormente)
- Mato Grosso do Sul: R$ 305,34/@ (R$ 306,02 na terça)
- Mato Grosso: R$ 310,27/@ (R$ 312,43 ontem)
A Scot Consultoria aponta que o “boi comum” em São Paulo caiu para R$ 316/@, no prazo (valor bruto), registrando uma retração de R$ 1/@ em relação ao preço do dia anterior. Já o “boi-China”, a vaca gorda e a novilha gorda tiveram desvalorização de R$ 2/@, fechando o dia em R$ 285/@, R$ 306/@ e R$ 320/@, respectivamente.
A Agrifatto relata que a ampliação das escalas de abate para nove dias úteis, em média, é um reflexo da maior disponibilidade de gado pronto para o abate. A maior parte desses animais vem de confinamentos, cujo volume está superior ao do ano passado.
Baixo consumo interno pressiona ainda mais os preços
O consumo doméstico segue desaquecido, o que dificulta a recomposição dos preços no mercado. A Agrifatto destaca que tanto as vendas ao consumidor final quanto a distribuição de carne bovina no atacado apresentaram desempenho inexpressivo nos primeiros dias da semana.
A expectativa de que a antecipação de salários pudesse impulsionar as vendas não se confirmou, com varejistas mantendo estoques elevados e pedidos reduzidos para reposição.
Mercado atacadista e câmbio
No mercado atacadista, a carne bovina segue com preços acomodados, mas a tendência ainda é de queda. Os valores seguem da seguinte forma:
- Quarto dianteiro: R$ 17,00/kg
- Ponta de agulha: R$ 17,50/kg
- Quarto traseiro: R$ 25,00/kg
No mercado cambial, o dólar comercial fechou o dia em alta de 0,65%, sendo cotado a R$ 5,7256 para venda e R$ 5,7236 para compra, o que pode influenciar os custos da cadeia pecuária.
Pecuaristas resistem à pressão dos frigoríficos
Apesar da pressão exercida pelos frigoríficos para reduzir os valores da arroba do boi gordo, muitos pecuaristas mantêm uma posição firme, evitando vender abaixo de R$ 300/@.
O momento atual é de cautela e estratégia. A capacidade de sustentação dos preços dependerá da dinâmica das exportações, da oferta de fêmeas e do consumo interno de carne bovina nas próximas semanas.
Quer ficar por dentro do agronegócio brasileiro e receber as principais notícias do setor em primeira mão? Para isso é só entrar em nosso grupo do WhatsApp (clique aqui) ou Telegram (clique aqui). Você também pode assinar nosso feed pelo Google Notícias.
EUA vendem 1,45 milhão de t de milho da safra 2024/25, mostra USDA
O total vendido ficou dentro do esperado por analistas, que estimavam volume de vendas de 900 mil toneladas a 1,8 milhão de toneladas.
Continue Reading EUA vendem 1,45 milhão de t de milho da safra 2024/25, mostra USDA
Com cerca de 105.000 cabeças de gado, fazenda brasileira é maior que várias nações
Fazenda Nova Piratininga, a gigante do agro impressiona com infraestrutura e modelo de gestão sustentável.
Continue Reading Com cerca de 105.000 cabeças de gado, fazenda brasileira é maior que várias nações
Raiva bovina é confirmada em rebanho no Centro-Oeste; Entenda
A raiva bovina é uma doença viral que atinge o sistema nervoso central dos animais e é transmitida, principalmente, por morcegos hematófagos, como o Desmodus rotundus. Altamente letal, a doença também representa risco à saúde pública, já que pode ser transmitida aos seres humanos. A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) confirmou dois casos de…
Continue Reading Raiva bovina é confirmada em rebanho no Centro-Oeste; Entenda
Conheça algumas raças bovinas mais raras e exóticas do mundo
Essas são algumas das raças bovinas mais raras e exóticas do mundo, suas características únicas, histórias fascinantes e a importância da preservação genética na pecuária global.
Continue Reading Conheça algumas raças bovinas mais raras e exóticas do mundo
As 5 carnes exóticas mais surpreendentes que os brasileiros adoram
As chamadas carnes exóticas têm conquistado espaço entre chefs e consumidores que buscam novas experiências gastronômicas, aliando sabor diferenciado e benefícios nutricionais distintos
Continue Reading As 5 carnes exóticas mais surpreendentes que os brasileiros adoram
Produtores sofrem com avanço descontrolado de javalis e querem solução urgente
Em São Paulo, produtores rurais enfrentam prejuízos significativos devido ao avanço descontrolado de javalis. Um deles relatou que aproximadamente 60% de sua plantação foi destruída, além de haver riscos sanitários para o rebanho.
Continue Reading Produtores sofrem com avanço descontrolado de javalis e querem solução urgente