Boi gordo pode subir “com força” na próxima semana, veja o motivo

A expectativa de alta na arroba do boi gordo se baseia na combinação de demanda aquecida no atacado, reposição no varejo e entrada dos salários na economia. No entanto, alertam analistas, o setor ainda precisa lidar com desafios

O mercado do boi gordo enfrenta um momento de acomodação nos preços, mas especialistas apontam que um novo movimento de alta pode estar a caminho. A expectativa se baseia na combinação de demanda aquecida no atacado, reposição no varejo e entrada dos salários na economia. No entanto, o setor ainda precisa lidar com desafios como a pressão dos frigoríficos e restrições de exportação impostas pela China.

Atualmente, a arroba do boi gordo apresenta certa estabilidade na maioria das praças, com diferença expressiva entre machos e fêmeas devido à oferta ainda elevada. A retomada das negociações pós-Carnaval trouxe um cenário de tentativa de pressão sobre os preços por parte dos frigoríficos.

Segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, o comportamento dos preços da carne ao longo da primeira quinzena de março será determinante para a formação dos valores da arroba no curto prazo.

Média da arroba do boi gordo (a prazo) nas principais praças

  • São Paulo: R$ 307,75
  • Goiás: R$ 290,36
  • Minas Gerais: R$ 302,65
  • Mato Grosso do Sul: R$ 298,30
  • Mato Grosso: R$ 298,38

Preços da carne bovina sobem no atacado

A reposição no atacado já reflete um movimento positivo, indicando possíveis reajustes na arroba do boi. Durante o feriado de Carnaval, o escoamento da carne foi considerado satisfatório, e a entrada dos salários no mercado pode intensificar esse movimento nos próximos dias.

  • Quarto traseiro: R$ 24,50/kg (+R$ 0,70)
  • Quarto dianteiro: R$ 18,00/kg (+R$ 0,80)
  • Ponta de agulha: R$ 17,00/kg

No entanto, a preferência de parte da população por proteínas mais baratas, como frango, ovos e embutidos, pode limitar uma valorização mais intensa no varejo.

Impacto do câmbio e bloqueios da China

O dólar comercial teve leve alta de 0,06%, sendo cotado a R$ 5,7592 para venda e R$ 5,7572 para compra, o que pode influenciar nos custos de importação de insumos para o setor pecuário.

Por outro lado, um dos fatores que prejudicou o mercado nas últimas semanas foi a suspensão temporária dos embarques de carne bovina de três frigoríficos brasileiros pela China, o que pressionou os preços, especialmente em praças como São Paulo, uma das principais referências da pecuária de corte no país.

Tendência para a próxima semana

Mesmo diante da pressão de baixa, os preços do boi gordo podem reagir na próxima semana devido a dois fatores principais:

  1. Reposição no varejo e aumento da demanda interna com a entrada dos salários.
  2. Redução gradual da oferta de animais prontos para abate, diante das condições climáticas adversas que limitam a qualidade das pastagens.

Caso esses fatores se confirmem, o boi gordo pode iniciar uma recuperação, quebrando o ciclo de queda que marcou as últimas semanas. O mercado segue atento às movimentações do atacado e às decisões da China, que podem influenciar diretamente na velocidade dessa reviravolta.

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