
Exportações aquecidas, escalas curtas e otimismo no consumo interno sustentam movimento de alta nos preços do boi gordo; Neste cenário, o pecuarista já mira R$ 340/@; veja as cotações
O mercado do boi gordo segue em ritmo de valorização, impulsionado por escassez de oferta, demanda firme e otimismo com as exportações. A arroba voltou a registrar alta nesta terça-feira (8/4), com expectativas positivas tanto no mercado físico quanto no futuro, segundo análises de especialistas do setor.
De acordo com Fernando Iglesias, analista da Safras & Mercado, o atual ambiente de negócios indica um viés altista. “As escalas de abate continuam curtas em boa parte do país, o que eleva o poder de barganha do pecuarista”, aponta. Em São Paulo, por exemplo, os frigoríficos operam com escalas médias de apenas seis dias, conforme levantamento da Scot Consultoria.
Esse cenário se intensifica com a perspectiva de boa demanda interna, impulsionada pelo pagamento dos salários de março, e pela manutenção do ritmo acelerado das exportações brasileiras de carne bovina.
Exportações puxam preços e abrem caminho para novos recordes
A oferta reduzida no mercado doméstico também é resultado do forte desempenho das exportações. Somente em março de 2025, o Brasil embarcou 215 mil toneladas de carne bovina in natura, segundo a Agrifatto. Com a China pagando cerca de US$ 6.000 por tonelada do dianteiro desossado e o câmbio girando perto de R$ 6, a rentabilidade no mercado externo se tornou extremamente atrativa.
“O mercado de exportação perdeu o freio, e a arroba do boi gordo vem subindo de forma consistente, com tendência de alta no médio prazo”, avalia a Agrifatto.
Preços atualizados do boi gordo, por estado:
A média da arroba a prazo subiu na maioria das praças monitoradas. Veja os valores:
- São Paulo: R$ 330,00/@ (alta sobre os R$ 326 de ontem)
- Goiás: R$ 320,54/@ (ante R$ 319,82)
- Minas Gerais: R$ 315,29/@ (alta frente aos R$ 312,35)
- Mato Grosso do Sul: R$ 321,02/@ (ante R$ 320,45)
- Mato Grosso: R$ 319,19/@ (contra R$ 318,18)
Já a Scot Consultoria indica que, na praça paulista, o boi comum subiu para R$ 322/@ e o boi-China para R$ 325/@, ambos com alta de R$ 2/@ no dia. Os preços das fêmeas permaneceram estáveis, com a vaca gorda a R$ 288/@ e a novilha gorda a R$ 305/@.
Segundo a Agrifatto, nove das 17 praças monitoradas registraram valorização na arroba: SP, AL, BA, ES, GO, MG, MT, RJ e RO.
Atacado acompanha a firmeza e sobe com demanda
O mercado atacadista de carne bovina também segue com preços firmes. A expectativa é de elevação ao longo da semana, sustentada pelo aumento na procura no início do mês.
Os preços médios seguem:
- Quarto traseiro: R$ 26,00/kg
- Dianteiro: R$ 19,00/kg
- Ponta de agulha: R$ 18,00/kg
A Agrifatto confirma que houve alta em todos os cortes, com e sem osso, puxada pela liquidez gerada pelo pagamento dos salários.
Mercado futuro reflete otimismo
Na segunda-feira (7/4), os contratos futuros do boi gordo fecharam em alta na B3. O maior destaque foi para o vencimento de maio/25, que encerrou o pregão cotado a R$ 326,66/@, avanço de 1,21%.
Esse comportamento reflete otimismo com a continuidade da firmeza nos preços, apoiado no cenário internacional favorável e na recuperação da demanda interna.
Com oferta enxuta, dólar elevado e exportações em alta, o setor pecuário vive um momento de firme valorização. Embora os preços já estejam em patamares elevados, o produtor segue mirando a barreira simbólica dos R$ 340/@, em um mercado cada vez mais impulsionado pela dinâmica global.
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