Boi gordo firme a R$ 335/@ com viés de alta garantido no pós-feriado; veja cotações

A valorização foi motivada pela maior movimentação dos frigoríficos. A demanda interna aquecida e a expectativa de novas exportações robustas ainda são fatores que sustentam um viés positivo no mercado do boi gordo.

A expectativa de novas valorizações no valor da arroba no pós-feriado são fortes e, com bom escoamento durante feriado prolongado, essa realidade deve se concretizar ao longo da semana. O mercado do boi gordo encerrou a semana anterior ao feriado prolongado com preços firmes e viés de alta nas principais praças pecuárias do Brasil. O cenário foi impulsionado pelo movimento de recomposição das escalas de abate por parte dos frigoríficos e pela melhora no escoamento de carne, tanto no mercado interno quanto externo.

Segundo a Scot Consultoria, na quinta-feira (17/4), a arroba do boi gordo em São Paulo subiu R$ 3/@, sendo negociada a R$ 330/@ no mercado comum e R$ 335/@ para o boi-China, ambos no prazo. A vaca e a novilha gordas foram cotadas a R$ 290/@ e R$ 310/@, respectivamente.

A valorização foi motivada pela maior movimentação dos frigoríficos nas compras, com o objetivo de alongar escalas de abate antes do feriado prolongado. A média nacional das escalas passou a atender de 6 a 7 dias úteis, segundo levantamento da Agrifatto.

Nove estados registraram alta

Na terça-feira (15/4), o mercado registrou forte movimentação, com 9 das 17 regiões monitoradas pela Agrifatto apresentando alta nos preços: Acre, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia e Santa Catarina.

Apesar disso, a consultoria destaca que o ambiente ainda é de cautela, já que a indústria pode adotar uma estratégia de pressão baixista após recompor as escalas, especialmente com a chegada de maio, mês historicamente marcado por maior oferta de gado terminado a pasto.

Mercado futuro tem queda, mas expectativa é de retomada

Na B3, o mercado futuro refletiu incertezas. Na quarta-feira (16/4), o contrato de junho/25 fechou a R$ 322,45/@, com queda de 1,27%. Segundo o analista Fernando Iglesias, da Safras & Mercado, a continuidade da alta dependerá da performance das vendas de carne bovina no feriado prolongado e da velocidade de escoamento do produto, especialmente com a aproximação do auge da safra.

Iglesias também apontou ritmo mais lento nas exportações para os Estados Unidos e China, devido a incertezas tarifárias, o que pode influenciar o apetite comprador da indústria nos próximos dias.

Cotações regionais do boi gordo no dia 16 de abril (a prazo)

  • São Paulo (Capital): R$ 335/@, alta de 1,52% (semana anterior: R$ 330)
  • Goiás (Goiânia): R$ 320/@, queda de 1,54% (semana anterior: R$ 325)
  • Minas Gerais (Uberaba): R$ 325/@, alta de 1,56% (semana anterior: R$ 320)
  • Mato Grosso do Sul (Dourados): R$ 320/@, queda de 1,54% (semana anterior: R$ 325)
  • Mato Grosso (Cuiabá): R$ 330/@, alta de 3,13% (semana anterior: R$ 320)
  • Rondônia (Vilhena): R$ 290/@, estável

Atacado e exportações sustentam otimismo

No mercado atacadista, os preços permaneceram estáveis, com viés altista sustentado pelo bom ritmo das exportações e demanda doméstica reforçada pelo feriado.

  • Quarto traseiro: R$ 26,00/kg
  • Quarto dianteiro: R$ 19,00/kg

No front externo, os embarques seguem firmes. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nas duas primeiras semanas de abril (9 dias úteis):

  • Valor total exportado: US$ 487,5 milhões
  • Volume exportado: 98,2 mil toneladas
  • Preço médio por tonelada: US$ 4.965
  • Comparativo com abril/2024:
    • Valor médio diário: +26,6%
    • Volume diário: +15,6%
    • Preço médio: +9,6%

Com a retomada das atividades prevista para a terça-feira (22/4), o mercado do boi gordo deverá dar novos sinais quanto à tendência dos preços para o restante do mês. A demanda interna aquecida e a expectativa de novas exportações robustas ainda são fatores que sustentam um viés positivo, embora a oferta crescente com o fim da safra traga a possibilidade de ajuste no curto prazo.

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