Boi gordo fecha semana acima de R$ 330/@, mas traz grande alerta; confira

Mesmo com preços sustentados em algumas praças, pressão dos frigoríficos, aumento na oferta e consumo interno contido acendem sinal de alerta para o mercado do boi gordo; Entenda

A semana se encerra com a arroba do boi gordo cotada a R$ 327,58 em São Paulo, mas o cenário está longe de transmitir estabilidade. De acordo com dados da Safras & Mercado, a tendência de queda que começou em São Paulo já se espalha para outros importantes estados produtores, como Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia​.

O movimento é impulsionado por escalas de abate alongadas e escoamento lento da carne no mercado interno, fatores que fazem com que os frigoríficos passem a exercer uma pressão negativa mais acentuada nos preços​​.

Cotações atualizadas da arroba por estado (24/04)

  • São Paulo: R$ 327,58
  • Minas Gerais: R$ 320,29 (queda em relação aos R$ 326,76 anteriores)
  • Mato Grosso: R$ 326,35
  • Mato Grosso do Sul: R$ 323,64
  • Goiás: R$ 310,18​

Já no mercado paulista, levantamento da Scot Consultoria mostra que o boi comum é negociado a R$ 325/@, enquanto o boi-China mantém um leve ágio e sai por R$ 330/@. Vacas e novilhas gordas estão cotadas, respectivamente, a R$ 285/@ e R$ 305/@​.

Oferta crescente e demanda contida agravam o cenário

De acordo com analistas da Scot, o desempenho abaixo do esperado das vendas durante o feriado, aliado à maior disponibilidade de animais prontos para o abate, fez com que indústrias se retraíssem e aguardassem novas movimentações. As escalas de abate em São Paulo estão, em média, para oito dias, o que sinaliza conforto para os frigoríficos, que não sentem necessidade imediata de elevar os preços pagos ao produtor​.

No mercado internacional, a situação também não é das mais favoráveis. As negociações com importadores dos Estados Unidos seguem travadas, em parte pelas barreiras tarifárias remanescentes da era Trump. Por outro lado, a China iniciou discretamente novas compras, com o dianteiro brasileiro sendo vendido entre US$ 5.800 e US$ 6.000 por tonelada, trazendo leve alívio ao setor exportador​.

Atacado e mercado futuro do boi gordo também sentem os reflexos

No atacado, os preços estão acomodados, com o quarto traseiro a R$ 25/kg, o dianteiro a R$ 20,50/kg e a ponta de agulha a R$ 18,50/kg​. A expectativa é de que o consumo interno melhore com a chegada do Dia das Mães, o que pode oferecer certo respiro em maio.

Na B3, o sentimento é de pessimismo. O contrato futuro para o boi gordo para junho de 2025 fechou a R$ 318,95/@, com desvalorização de 1,85% em relação ao dia anterior​.

Apesar de a arroba do boi gordo fechar a semana acima de R$ 327 em algumas praças, a pressão das indústrias, aumento da oferta e consumo retraído configuram um alerta para o setor. A sustentação dos preços dependerá da evolução das exportações, sobretudo para a China, e do comportamento da demanda interna nas próximas semanas.

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