Boi gordo encerra semana acima de R$ 330/@, mas com ponto de alerta

Arroba mantém patamar elevado, mas indústrias já operam com escalas mais confortáveis e começam a testar preços mais baixos no boi gordo; movimentação da carne no feriado pode definir os rumos do mercado

O mercado físico do boi gordo fechou a semana com preços firmes acima dos R$ 330/@ em várias regiões do país, mas o cenário já indica sinais de cautela por parte da indústria, que passou a operar com escalas mais longas e tentativas de compra abaixo das referências médias, mas ainda sem sucesso frente aos pecuaristas.

De acordo com a Scot Consultoria, a quarta-feira (16/4) foi marcada por novas altas nos preços da arroba em diversas regiões. Em São Paulo, o boi gordo comum e o boi-China subiram R$ 2/@, cotados a R$ 327/@ e R$ 332/@, respectivamente. A novilha gorda teve alta de R$ 3/@, chegando a R$ 310/@, enquanto a vaca gorda permaneceu em R$ 290/@.

Na região Norte, o boi subiu R$ 5/@, para R$ 325/@. A vaca e a novilha avançaram R$ 3/@, fechando em R$ 303/@ e R$ 308/@.

Já no Sudoeste de Mato Grosso, todas as categorias subiram R$ 2/@:

  • Boi gordo: R$ 327/@
  • Vaca: R$ 307/@
  • Novilha: R$ 317/@

Em Cuiabá, o destaque foi a vaca gorda, com alta de R$ 2/@, cotada a R$ 302/@.

No Sudeste do MT, as altas foram ainda mais expressivas:

  • Boi gordo: R$ 325/@ (+R$ 5)
  • Novilha: R$ 310/@ (+R$ 5)
  • Vaca: R$ 303/@ (+R$ 3)

O boi-China foi negociado a R$ 328/@, com ágio de R$ 3/@ nas regiões Norte, Sudeste e Cuiabá. No Sudoeste, o prêmio foi de R$ 1/@.

Sinal amarelo no mercado do boi gordo: frigoríficos alongam escalas

Segundo a Agrifatto, após a movimentação de alta recente, as indústrias frigoríficas iniciaram a formação das escalas de abate de maio/25 com mais conforto, o que pode abrir espaço para pressão baixista nas próximas semanas, tradicionalmente marcadas por maior oferta de animais no fim da safra.

Na terça-feira (15), houve alta da arroba em 9 das 17 regiões monitoradas (AC, BA, ES, MS, MT, PR, RJ, RO e SC), com negociações mais intensas que nos dias anteriores, elevando as escalas de abate para 6 a 7 dias úteis na média nacional.

Na quarta-feira (16), os preços permaneceram estáveis nas 17 praças, mas o analista Fernando Henrique Iglesias, da Safras & Mercado, alerta:

“Após um dia de intensa alta, as indústrias conseguiram colocar uma quantidade significativa de animais na escala, o que permitiu um rápido recuo dos preços. A continuidade ou não da alta dependerá do desempenho das vendas de carne no feriado prolongado”.

Já no mercado futuro, na B3, o contrato com vencimento em junho/25 fechou em queda de 1%, a R$ 326,60/@ na terça-feira (15).

Atacado segue firme com perspectiva de alta

O mercado atacadista continua com preços sustentados e boa expectativa de escoamento no feriado prolongado. As exportações seguem em ritmo acelerado, com possibilidade de novo recorde anual.

Cotações médias no atacado:

  • Quarto dianteiro: R$ 20,00/kg
  • Traseiro: R$ 26,00/kg
  • Ponta de agulha: R$ 18,00/kg

Dólar recua, mas segue acima de R$ 5,85

O dólar comercial fechou o dia em queda de 0,41%, sendo negociado a R$ 5,8662 para venda. A moeda variou entre R$ 5,8518 e R$ 5,9158 ao longo da sessão.

Apesar do fechamento da semana com arroba do boi gordo acima de R$ 330, a postura da indústria frigorífica e o comportamento da demanda no feriado prolongado serão determinantes para definir se o mercado continuará firme ou iniciará uma fase de recuo nos preços. A oferta de gado de safra, combinada com a tentativa de alongamento das escalas, pode ser um ponto de inflexão no curto prazo.

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