
Arroba do boi gordo sobe com escalas curtas e forte demanda externa e, neste cenário, pecuarista quer R$ 345/@; carne com osso e desossada também têm alta no atacado
Mais uma semana de alta anima o setor da porteira para dentro. O mercado físico do boi gordo seguiu com viés de alta nesta quinta-feira (10/4), sustentado pela oferta limitada de animais terminados e por uma demanda firme, tanto no mercado externo quanto no interno. O cenário tem levado pecuaristas a projetarem valores que podem superar os R$ 340/@ em breve, especialmente nas principais praças pecuárias do país.
De acordo com o analista Fernando Henrique Iglesias, da consultoria Safras & Mercado, a média nacional das escalas de abate segue em torno de cinco a seis dias úteis, o que colabora para a sustentação dos preços.
“Soma-se a isso a demanda aquecida presente no mercado, em especial a demanda relacionada às exportações. O mercado doméstico também tem força, principalmente pela primeira quinzena do mês e o feriado prolongado, que devem estimular a reposição ao longo da cadeia produtiva”, comenta o analista.
Segundo a Agrifatto, o volume negociado tem sido suficiente apenas para cobrir essas escalas curtas, o que reforça o movimento altista.
Médias da arroba (boi gordo a prazo)
- São Paulo: R$ 328,42 (↑ R$ 0,84)
- Goiás: R$ 320,71 (↓ R$ 7,04)
- Minas Gerais: R$ 320,88 (↑ R$ 0,59)
- Mato Grosso do Sul: R$ 321,93 (↑ R$ 0,57)
- Mato Grosso: R$ 324,66 (↑ R$ 3,17)
Em São Paulo, os preços do boi comum e do boi-China subiram R$ 1/@ nesta quinta, para R$ 325/@ e R$ 328/@, respectivamente, conforme a Scot Consultoria.
Já as fêmeas (vaca e novilha gordas) se mantiveram estáveis: R$ 290/@ e R$ 305/@.
Atacado em alta: dianteiro lidera valorização
O mercado atacadista também confirmou a tendência de alta, com valorização nos principais cortes. Destaque para o quarto dianteiro, que subiu R$ 1,00, chegando a R$ 20,00/kg.
- Quarto dianteiro: R$ 20,00/kg (↑ R$ 1,00)
- Quarto traseiro: R$ 26,00/kg (estável)
- Ponta de agulha: R$ 18,00/kg (estável)
“A entrada dos salários, a antecipação do consumo para o feriado e a diminuição da oferta estimularam esse movimento de valorização, que deve continuar no curto prazo”, destaca Iglesias.
Varejo e distribuição: ritmo firme
Nos centros de distribuição e pontos de consumo de São Paulo, as vendas continuam em ritmo acelerado, com menor volume de devoluções e estoques reduzidos.
A carne com osso disponível no mercado teve leve recuo na oferta, já refletindo redução nos abates. A carne desossada, por sua vez, segue com três semanas consecutivas de alta, tanto em volume quanto em preços, segundo a Agrifatto.
A expectativa é de boa liquidez até o fim da semana, diante do impacto do Sábado de Aleluia, domingo de Páscoa e o feriado prolongado de segunda-feira.
Mercado futuro segue confiante
O clima de otimismo no mercado físico também contamina os contratos futuros. Na B3, o contrato para junho/25 fechou em R$ 331,20, com alta de 0,45% no comparativo diário.
Câmbio
O dólar comercial encerrou o dia com alta de 0,91%, cotado a R$ 5,8978 para venda. A oscilação no dia foi ampla, variando entre R$ 5,8234 e R$ 5,9554.
A combinação de pouca oferta de boi gordo, demanda externa aquecida, reposição no varejo e atacado em alta e expectativa de consumo no feriado prolongado fortalece os preços da arroba e coloca o mercado em uma trajetória clara de valorização. Com isso, R$ 345/@ já aparece no radar do pecuarista.
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