
Mercado físico do boi gordo abre a semana com estabilidade nos preços e baixa liquidez, cenário comum após feriados prolongados; Entretanto, especialistas apontam que indústria tende a atuar de forma mais intensa até o final da semana.
Após os feriados da Páscoa e Tiradentes, o mercado físico do boi gordo começou a semana com ritmo lento e pouco fluxo de negócios nas principais praças pecuárias do Brasil. De acordo com a Scot Consultoria, os preços se mantiveram estáveis no Estado de São Paulo, reflexo de um cenário de cautela entre indústrias e pecuaristas, que esperam uma sinalização mais clara sobre a tendência dos preços.
Nas regiões paulistas, o boi gordo “comum” segue cotado em R$ 330/@, a vaca gorda em R$ 290/@, a novilha gorda em R$ 310/@ e o “boi-China” permanece valorizado em R$ 335/@, com todos os valores brutos e a prazo.
Segundo a Agrifatto, a indústria manteve postura comedida nas compras durante a terceira semana de abril, impactada pelo menor número de dias úteis. A redução no volume de abates contribuiu para uma menor oferta de carne bovina, sustentando os preços da arroba e da carne no atacado.
Atacado reage com valorização
Com menor disponibilidade de carne no mercado, houve avanço nos preços dos principais cortes:
- Carcaça casada: alta de 2,31%, cotada a R$ 22,74/kg
- Dianteiro bovino: valorização de 2,73%, a R$ 20,55/kg
- Traseiro bovino: aumento de 1,73%, com preço médio de R$ 25,23/kg
- Ponta de agulha: crescimento de 2,28%, cotada a R$ 19,52/kg
- Vaca casada: acompanhou a tendência e alcançou R$ 20,55/kg
Indicadores de mercado mostram leve alta do boi gordo
Na semana que antecedeu o feriado:
- Cepea/Esalq: a arroba foi negociada a R$ 327,04, com alta de 0,98%
- Agrifatto: média de R$ 330,09/@, variação semanal de +0,47%
- Datagro: cotação de R$ 326,24/@, avanço de 0,71%
Esses dados reforçam o movimento de retenção de animais nas pastagens, que reduz a oferta de boiada pronta para o abate e colabora com a firmeza nos preços.
Preços do boi gordo pelas principais praças pecuárias do país
- Goiás: R$ 310,71 (antes do feriado: R$ 326,25)
- Minas Gerais: R$ 325,88
- Mato Grosso do Sul: R$ 319,32 (estável)
- Mato Grosso: R$ 328,38
Exportações disparam em abril
No acumulado de abril (até o dia 22), o Brasil exportou 159,3 mil toneladas de carne bovina (fresca, refrigerada ou congelada), com receita de US$ 795,7 milhões. A média diária de embarques é de 12,26 mil toneladas, com preço médio de US$ 4.994,20 por tonelada.
Em comparação com abril de 2024, houve:
- Alta de 43,1% no valor médio diário exportado
- Crescimento de 29,8% no volume médio diário
- Aumento de 10,2% no preço médio da tonelada
Apesar da firmeza do boi gordo, os insumos utilizados na alimentação animal apresentaram desvalorização:
- Milho: queda de 1,11%, com a saca cotada a R$ 84,32
- Farelo de soja: desvalorização de 0,10%, com preço médio de R$ 1.872,95 por tonelada
Câmbio e contexto internacional
O dólar recuou 0,77% na terceira semana de abril, com média de R$ 5,86, influenciado por tensões políticas nos Estados Unidos e falas do ex-presidente Donald Trump sobre um possível acordo com a China.
O cenário é de cautela e estabilidade, mas com viés altista sustentado por oferta enxuta, demanda firme por carne e valorização nas exportações. A próxima semana deve seguir com foco na reposição de estoques, enquanto frigoríficos reavaliam suas estratégias de compra diante da nova dinâmica de mercado.
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