Boi gordo abre semana na “corda bamba”, mas valendo R$ 330/@; veja as cotações

Mesmo com queda nas cotações em várias regiões, exportações firmes e expectativa de maior consumo no Dia das Mães sustentam o mercado; veja os preços do boi gordo atualizados por estado e as tendências para maio.

O mercado físico do boi gordo iniciou a última semana de abril sob pressão. Com frigoríficos fora das compras e tentativas de negociações em valores mais baixos, o setor dá sinais de instabilidade diante de uma oferta crescente de animais de pasto e do feriado prolongado que encurta o ritmo dos negócios.

Segundo a consultoria Safras & Mercado, houve leve avanço nas escalas de abate, refletindo uma reorganização do setor. No entanto, o enfraquecimento das pastagens, típico do fim do período das águas, tende a pressionar os preços ao longo de maio. Essa tendência é reforçada pelo ciclo sazonal de encerramento da safra de “boiadas de capim”, que normalmente aumenta a disponibilidade de animais para o abate.

“A expectativa é de que, com o avanço para o final de abril e o início de maio, a maior oferta de animais de pasto pressione ainda mais os preços”, afirma a consultoria Agrifatto, lembrando que maio costuma apresentar cotações menores do que abril, padrão recorrente nos últimos anos.

Cotações atualizadas da arroba nesta segunda (28/4)

  • São Paulo: R$ 325,42
  • Goiás: R$ 309,29
  • Minas Gerais: R$ 319,41
  • Mato Grosso do Sul: R$ 323,30
  • Mato Grosso: R$ 326,16

Em São Paulo, o boi gordo comum é negociado a R$ 325/@, enquanto o boi-China atinge R$ 330/@. Segundo a Agrifatto, das 17 praças monitoradas, nove registraram queda nas cotações (SP, GO, MG, MS, MT, PA, PR, RO e TO), enquanto as demais mantiveram estabilidade.

Exportações e consumo interno ajudam a segurar o mercado do boi gordo

Apesar da tendência de queda, as exportações seguem em bom ritmo, oferecendo sustentação aos preços. Dados do Cepea apontam demanda levemente acima da oferta, o que tem mantido o mercado firme ao longo de abril.

O Indicador CEPEA/ESALQ mostra valorização de aproximadamente 2,5% no mês, saindo de R$ 320/@ no fim de março para R$ 327/@ nesta semana. Já no atacado da Grande São Paulo, a carcaça casada bovina subiu 5,5% em abril, negociada a R$ 23/kg à vista.

Preços do atacado seguem firmes às vésperas do Dia das Mães

O mercado atacadista trabalha com expectativa positiva para a primeira quinzena de maio, período que costuma registrar aumento no consumo de carne bovina, impulsionado pela entrada dos salários e pela celebração do Dia das Mães.

  • Quarto traseiro: R$ 25,00/kg
  • Quarto dianteiro: R$ 20,50/kg
  • Ponta de agulha: R$ 18,50/kg

Mercado futuro sinaliza cautela

Na B3, o mercado futuro também reflete o cenário de pressão. O contrato com vencimento em julho/25 fechou a R$ 322,20/@ na última sexta-feira (26), com queda de 1,41% em relação ao dia anterior. Os valores projetados para maio indicam recuo em comparação às cotações atuais do mercado físico, alinhando-se à expectativa de aumento de oferta e enfraquecimento da demanda no curto prazo.

Apesar das boas perspectivas de exportação e do consumo aquecido na virada do mês, o mercado do boi gordo caminha em terreno instável. A oferta maior de gado de pasto e o comportamento cauteloso dos frigoríficos sugerem que o mês de maio pode ser desafiador para o pecuarista, especialmente se a pressão por preços mais baixos se intensificar.

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