O valor da arroba se manteve estável na maior parte das praças monitoradas pelo país. Os frigoríficos lideram as negociações com folga nas escalas. Em São Paulo, o “boi comum” foi cotado a R$ 245,00/@ e o “boi “China” a R$ 255,00/@.
O mercado físico do boi gordo voltou a registrar preços mais fracos – considerando o animal com destino ao mercado interno – nesta quinta-feira, 25. A oferta presente na região Centro-Norte do país é o grande elemento de pressão, resultando em tranquilidade para as indústrias posicionarem suas escalas de abate. O destaque continua sendo o animal com destino ao mercado externo, o chamado Boi China, que seguiu com um ágio de até R$ 10,00/@ em relação ao Boi Comum.
Seguindo o efeito da sazonalidade, com uma elevada oferta de animais terminados, os preços boi gordo permanece sem grandes movimentações, apontou a Agrifatto. O pecuarista segue sem apresentar boa capacidade de retenção, considerando o desgaste das pastagens. Além disso, a demanda de carne bovina não mostra sinais de melhora, e o mercado interno segue sem responder adequadamente, em mais um ano de lento crescimento da atividade econômica.
Soma-se a isso um desempenho mais fraco nas exportações em relação à receita, considerando a queda dos preços médios da carne bovina no mercado internacional, disse o analista da consultoria Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
Ao longo desta semana, o preço do animal “comum” (direcionado ao mercado interno, sobretudo) recuou e fechou o dia cotado a R$ 245/@ no mercado paulista, enquanto o “boi-China” (abatido mais jovem, com até 30 meses de idade) teve manutenção dos preços cotados a R$ 255/@ na mesma praça de comercialização, informou a Agrifatto.
Na avaliação de Jéssica, o dólar continua trabalhando abaixo da casa dos R$ 5 e estreitando as margens das indústrias exportadoras de carne bovina.
“Logo, não devemos ter esse quadro (ágio para o boi-China) sustentado por muito tempo”, observa Jéssica, que também destaque o forte viés de baixa na arroba do animal “comum”.
Já os animais com destino ao mercado interno, fecharam o dia 25 de maio com uma média de R$ 255,85 segundo o CEPEA – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. Segundo o gráfico abaixo, os preços seguiram uma trajetória de queda nos últimos 30 dias. Atualmente, os preços tiveram uma desvalorização de R$ 35,70/@ no período, fato esse que cria uma tendência de menor volume de animais confinados no primeiro giro do confinamento.
“Até o final de maio/23, não devemos ver a cotação da arroba subindo; ainda há gado a ser entregue e, a cada dia que passa, a entressafra de capim bate mais à porta”, afirma a analista, que acrescenta: “Uma hora a oferta (de boiadas gordas) vai minguar e os preços (da arroba) vão reagir, mas até lá, é só ladeira abaixo”.
Na avaliação da S&P Global Commodity Insights, a especulação baixista na arroba reflete o grande descompasso entre a procura contida de matéria-prima (boi gordo) por parte dos frigoríficos brasileiros e a elevada oferta de lotes disponível para venda.
Foi o que ocorreu nesta quinta-feira, apurou a S&P Global. Ou seja, as indústrias frigoríficas brasileiras permanecem cadenciando as suas compras de gado, apesar de programações de abate distintas, enquanto muitos pecuaristas elevaram as suas vendas de boiadas gordas, temendo o avanço do clima seco e, consequentemente, a piora da qualidade das pastagens.
“Estas variações nas escalas refletem as estratégias de compras e as necessidades de composição de suas escalas de acordo com a dinâmica externa”, justifica a consultoria.
Giro do Boi Gordo pelo Brasil
- São Paulo (SP): R$ 252
- Dourados (MS): R$ 238
- Cuiabá: R$ 228
- Goiânia (GO): R$ 225
- Uberaba (MG): R$ 245
Na B3, o contrato com vencimento para mai/23 fechou o pregão cotados a R$ 255,00/@, o que representou uma queda de 1,01% no comparativo diário, aponta Agrifatto.
Carne bovina no atacado
O mercado atacadista apresentou queda nos preços no decorrer do dia. O ambiente de negócios ainda sugere por alguma queda dos preços no curto prazo, em linha com o grande volume de produto estocado, somado a uma demanda pouco aquecida na última semana do mês.
Durante a virada do mês, o mercado tende a se acomodar. No entanto, sem ímpeto para expressiva recuperação dos preços, assinalou Iglesias.
- Quarto traseiro foi precificado a R$ 18,40 por quilo, queda de R$ 0,10
- Quarto dianteiro apresentou queda de R$ 0,10, a R$ 13,70 por quilo
- Ponta de agulha foi precificada a R$ 13,60 por quilo, queda de R$ 0,10
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