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Os preços do bezerro voltaram a quebrar recorde, dessa vez foi na batida do martelo, onde os pecuaristas pagaram R$ 19,70/kg do animal vivo. Veja!
A pecuária de corte vive, a mais de um ano, um momento de grandes mudanças. O quadro de oferta restrita de animais, tanto para reposição quanto para abate, é reflexo de ações no passado que culminaram no atual cenário. Uma coisa é certa, não há o que discutir, os preços da reposição vão continuar altos e buscando recordes. Confira abaixo como está o mercado!
Segundo os dados levantados, entre fevereiro/20 e fevereiro/21, os avanços nos valores da reposição foram mais intensos que os observados para o animal para abate, contexto que vem resultando em piora na relação de troca de terminadores. Parece que os valores de Norte a Sul do país estão no mesmo patamar, tomando como base animais nelore/anelorados, de alto padrão genético.
O indicador do bezerro do Cepea, calculado com base nos preços praticados em Mato Grosso do Sul, subiu pelo sexto dia consecutivo e marcou uma nova máxima histórica. O preço passou de R$ 2.857,18 para R$ 2.866,76 por cabeça e já acumula alta de 14,7% em 2021. No caso da arroba do gordo, em São Paulo, a cotação caiu de R$ 302,45 para R$ 299,50.
Fechando a rodada semanal de negócios, o pregão em 18 de fevereiro negociou 604 animais ao valor médio geral de R$ 2.672; o faturamento foi de R$ 1,6 milhão. A organização ficou a cargo da Correa da Costa Leilões Rurais, que transmitiu os eventos pelo seu site, página no Facebook e canal da leiloeira no YouTube.
O comando do martelo durante as captações dos lances no recinto foi responsabilidade do leiloeiro rural Luciano Pires. E foi nessa batida do martelo que um lote se destacou, quebrando o recorde de preço do bezerro. Um lote de machos nelore, com peso médio de 129 kg, foi comercializado por R$ 2.541,00/cab. Sendo assim, o quilo do animal vivo atingiu o patamar de quase R$ 20,00/kg.
A oferta restrita de gado jovem segue dando sustentação às cotações dos bovinos na reposição. Esse cenário continua a trazer muita especulação e deve continuar assim no médio prazo. Ainda não sabemos a influência que terá a retenção das matrizes por parte dos pecuaristas, tendo em vista que no último mês ouve aumento no abate de fêmeas.
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Vale mencionar, no entanto, que, mesmo que os preços do boi estejam em patamares recordes, a valorização considerável e contínua de importantes insumos pecuários, como os de animais de reposição e dos grãos, pode limitar – e até mesmo comprometer – a margem do produtor.
O pecuarista da terminação segue atento aos preços da reposição. Com o valor da arroba cotado a R$ 300,00 qualquer valor abaixo desse patamar representa prejuízo para quem precisa fazer a reposição com maior urgência. Dessa forma, o pecuarista e frigorífico estão de olho no prejuízo, nesse momento!
Segundo os negócios informados no aplicativo da Agrobrazil, o pecuarista de Pedro Gomes/MS, informou negociação de lote de 214 bezerros, com peso médio de 190,00 kg, comercializados pelo valor de R$ 15,87/kg, ou seja, R$ 3.015,00/cab. Já em Bom Sucesso/PR, o valor foi de R$ 3.100,00/cab com animais de 200 kg de PV, atingindo o valor de R$ 15,50/kg.
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Cenário futuro para o bezerro
Uma preocupação que começou a rondar novamente no mercado foi o aumento de fêmeas para abate no país. Segundo o fechamento dos dados de janeiro, houve novamente o registro de crescimento no volume de fêmeas no estado do Mato Grosso.
Diante disso, o cenário de escassez de animal na praça para comercialização deve, no curto e médio prazo, continuar determinando os preços dos animais nas praças pecuárias. A dica para o pecuarista da cria é aproveitar o momento de pastagens boas para poder cadenciar as vendas e pressionar o mercado a novas altas.
Já para o pecuarista da terminação, esse precisa ficar de olho no seu planejamento, tentar trabalhar com mercado futuro para garantir o fechamento das contas e margem de lucro.