A Bayer anunciou ontem a venda da sua divisão de saúde animal para a americana Elanco, por US$ 7,6 bilhões.
O negócio faz parte do plano da gigante alemã de alienar ativos enquanto enfrenta um número crescente de ações na Justiça dos Estados Unidos contra o herbicida Roundup, “herdadas” depois que a companhia adquiriu a Monsanto. Com a aquisição, a Elanco passa a ser a segunda maior empresa global do segmento, atrás da também americana Zoetis.
O acordo firmado prevê pagamento de US$ 5,3 bilhões em dinheiro. A Bayer também receberá uma participação equivalente a US$ 2,3 bilhões na Elanco, mas a multinacional alemã já informou que pretende se desfazer dessa fatia.
A expectativa das empresas é que transação seja concluída no ano que vem. O valor da operação representa um múltiplo de 18,8 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) em 12 meses da divisão de saúde animal da Bayer.
Em dezembro do ano passado, a companhia já havia divulgado que pretendia deixar de atuar no segmento de saúde animal, que era a menor de suas quatro unidades de negócios. No segundo trimestre deste ano, a divisão Bayer Animal Health gerou US$ 410 milhões em vendas e registrou Ebitda de US$ 97 milhões.
A venda é parte de um plano mais amplo da Bayer, que tem por objetivo eliminar operações que estão desviando recursos e tempo de gerenciamento de suas principais divisões, sobretudo as de medicamentos e agricultura. Mas a transação também ajudará a empresa alemã a reduzir sua dívida, que registrou forte aumento no último ano com a aquisição da americana Monsanto e chegou a € 35,7 bilhões.
A Elanco Saúde Animal, braço da Eli Lilly, abriu capital no ano passado e divulgou que a aquisição vai complementar seu portfólio de produtos para animais de estimação e de criação.
Com os negócios de saúde animal da Bayer, a divisão de animais de companhia da Elanco passará a representar quase metade do negócio total. Segundo a empresa, a combinação criará acesso a novos segmentos do mercado de parasitários, com tratamentos e colares tópicos, e permitirá uma ampliação da presença tanto no e-commerce como no varejo.
A Elanco informou que espera que a compra melhore sua margem por ação, projetada para crescer para até dois dígitos no segundo ano de operação. “A aquisição também revela a capacidade da Elanco de atingir 60% de margem bruta ajustada e 31% de margem Ebitda ajustada mais rapidamente do que em uma base stand-alone”, afirmou a companhia, em comunicado.
A Elanco, informou, finalmente, que a aquisição deverá aumentar seu fluxo de caixa operacional em aproximadamente US$ 1 bilhão por ano até o terceiro ano após a conclusão da transação. O potencial de sinergias está calculado entre US$ 275 milhões a US$ 300 milhões.
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Com forte presença no mercado brasileiro, um dos mais importantes do mundo, Elanco e Bayer Animal Health faturaram, juntas, US$ 4,8 bilhões em 2018 – as vendas da primeira alcançaram US$ 3,1 bilhões e as da segunda, US$ 1,7 bilhão.
Separadas, ficaram atrás de Zoetis (US$ 5,8 bilhões), Boehringer Ingelheim Animal Health (US$ 4,5 bilhões) e Merk Animal Health (US$ 4,2 bilhões). Com a aquisição, portanto, a Elanco poderá assumir a segunda posição no ranking global do segmento.
Fonte: Valor Econômico.