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Ao investir neste recurso, as cooperativas agropecuárias estão aproveitando os avanços tecnológicos para otimizar processos, reduzir custos e obter melhores resultados.
No cenário atual, as cooperativas agropecuárias têm buscado constantemente formas de aprimorar suas operações e aumentar sua eficiência. Uma das estratégias adotadas com sucesso é a incorporação de tecnologias avançadas e automação de processos, que permitem otimizar as atividades, reduzir custos e minimizar a dependência por mão de obra. O objetivo é também poupar pessoas de trabalhos pesados e repetitivos, aumentando a produtividade e consequentemente trazendo muitos benefícios às cooperativas, cooperados e aos trabalhadores. A automação também contribui para superar os desafios de contratar mão de obra, já que muitas cidades brasileiras que possuem cooperativas registram um superávit nas ofertas de postos de trabalho.
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Ao investir em automação, as cooperativas agropecuárias estão aproveitando os avanços tecnológicos para otimizar processos, reduzir custos e obter melhores resultados. Uma das principais vantagens é a diminuição da dependência de mão-de-obra manual. Além disso, a automação permite uma maior precisão e controle sobre as operações, o que leva a uma melhor qualidade dos produtos finais. Sensores, sistemas de monitoramento e softwares avançados estão sendo utilizados para monitorar os processos que são desenvolvidos nas cooperativas.
O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, destaca que as tecnologias devem ser entendidas como um grande apoio às atividades das cooperativas. Ele enaltece que tecnologia e inovação, inseridas no cooperativismo, se evidenciam por serem ferramentas para elevar a eficiência na produção e proporcionar melhores condições de trabalho para os cooperados e seus funcionários, e não para substituir as pessoas por máquinas. “O ramo agropecuário do cooperativismo tem um importante papel de fomentador de inovação, pesquisa, desenvolvimento tecnológico e produtivo”, defende.
O analista técnico institucional do ramo agropecuário da OCB, Rodolfo Jordão da Silva Filho, concorda e diz ainda que é muito oportuno evidenciar que a inovação e a tecnologia se destacam no cooperativismo por fomentarem eficiência produtiva e qualidade de trabalho para os cooperados e seus funcionários. O profissional cita que muitas são as iniciativas interessantes registradas na cooperativas. “Gosto de destacar a Lar Cooperativa Agroindustrial que começou a realizar a inspeção de elevadores de silos por meio de drones visando melhorar as condições de trabalho e reduzir os riscos aos colaboradores, sem que a mão-de-obra fosse desocupada, já que os profissionais poderiam ser capacitados para operar os equipamentos”, opina.
Na Cooperativa Agroindustrial C.Vale a prática de automação está bastante presente nos processos, visando utilizar estas ferramentas como uma estratégia para reduzir a dependência da mão-de-obra. De acordo com o gerente da assessoria de Recursos Humanos da cooperativa, Luciano Trombetta, a automação ainda é um pouco restrita por conta do alto valor de investimento. Ele diz que na cooperativa a automação foi implementada, principalmente, nas áreas industriais e em setores onde há impacto direto na segurança dos funcionários. “A automação tem trazido benefícios significativos em termos de eficiência e produtividade. Setores como o de linha de produção, embalagem e logística têm se beneficiado amplamente com a automação. Ao substituir tarefas manuais por processos automatizados, a C.Vale tem observado ganhos na velocidade de produção, redução de erros e desperdícios, além de maior agilidade nas operações”, observa.
Entre as várias vantagens que a tecnologia possibilita, o profissional reforça que a automação tem contribuído para melhorar as condições de trabalho dos funcionários, como por exemplo, substituir as tarefas repetitivas ou que são fisicamente desgastantes, pelos sistemas automatizados, o que possibilita um ambiente de trabalho mais seguro e confortável para os colaboradores. “A automação é focada mais nas áreas industriais e nas áreas onde os impactos de segurança dos funcionários são afetados. A gente percebe benefícios de produtividade e melhores condições de trabalho aos funcionários”, evidencia Trombetta.
Qualificação para as tecnologias
Com um olhar atento para a eficiência, a cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), estabeleceu o Comitê de Automação, que concentra esforços nos processos industriais e na busca pela redução da necessidade de mão-de-obra. Essa iniciativa faz parte das ações em prol da adoção da automação em seus processos, visando reduzir a dependência por trabalhadores e aprimorar a qualidade de seus produtos e serviços.
Conforme o gerente de Gestão de Pessoas da Copacol, Marcos Roberto Antunes, a automação tem trazido benefícios para diversos segmentos da cooperativa, gerando efeitos favoráveis em relação à eficiência e desempenho. “A implementação de tecnologias automatizadas proporcionou maior agilidade e precisão em etapas como o processamento, embalagem e controle de qualidade, contribuindo para a otimização dos fluxos de trabalho”, ressalta Antunes.
Além do mais, a automação tem viabilizado o preparo dos colaboradores para desempenhar novos cargos que requerem habilidades diferenciadas. “A Copacol reconhece a importância de investir no desenvolvimento de sua equipe, proporcionando oportunidades de capacitação e formação para que estejam preparados para as demandas tecnológicas e desafios futuros”, indica o profissional.
Marcos afirma que o futuro do emprego na cooperativa está relacionado às transformações trazidas pelo avanço da automação. Compreendemos a necessidade de adaptar-se às mudanças tecnológicas. Desta maneira, a Copacol está implementando uma série de estratégias para garantir a preparação e a qualificação de seus colaboradores em um ambiente cada vez mais integrado. Estamos cientes de que a empregabilidade continua sendo uma prioridade, embora agora demande maior ênfase na qualificação e adaptação dos trabalhadores, como o home office e o treinamento dos colaboradores da indústria por meio da realidade virtual”, expõe.
O profissional também evidencia que a Copacol promove a qualificação contínua dos funcionários em consonância com as mudanças tecnológicas, adotando medidas proativas para garantir a adaptação dos trabalhadores. Segundo o gestor, já são adotadas, na cooperativa, metodologias ágeis como oficinas de criatividade e palestras sobre tecnologia e inovação. “Essas iniciativas visam capacitar os colaboradores, proporcionando a eles habilidades e conhecimentos necessários para se adaptar e prosperar em um ambiente de trabalho cada vez mais dinâmico e tecnologicamente avançado”, afirma.
Eficiência operacional
Conforme a gerente de Gestão de Pessoas da Frimesa, Elisa Fredo, na Cooperativa Central Frimesa, a adoção de automação está presente nos mais diversos processos, como abate, cortes, estocagem e industrialização. “Essa incorporação de robôs e tecnologia visa reduzir a dependência de mão-de-obra e melhorar a ergonomia dos processos”, explica. A profissional revela que a ao utilizar a automação a cooperativa espera alcançar benefícios significativos em termos de eficiência, produtividade e qualidade dos produtos. “Além de otimizar as tarefas, a introdução de processos tecnológicos e a redução da necessidade de mão-de-obra ajudam a aumentar a eficiência operacional”, argumenta.
A profissional revela que o novo frigorífico da cooperativa, inaugurado no fim de 2022, no município de Assis Chateaubriand, PR, foi todo projetado para ter máxima produtividade e agilidade em todos os processos, valendo-se de tudo que a automação oferece hoje no mercado. “A planta da unidade de Assis foi projetada com essa visão em mente, incorporando automação e processos tecnológicos, o que resulta em uma maior produtividade e agilidade na produção, além de garantir padrões consistentes de qualidade nos produtos finais”, declara.
Um caminho adiante
Esses são exemplos que mostram que a crescente adoção da automação pelas cooperativas agropecuárias está transformando o setor de forma significativa, já que a tecnologia torna-se, cada vez mais, uma aliada indispensável para reduzir a dependência de mão-de-obra, aumentar a eficiência operacional e impulsionar a produtividade. Por intermédio de investimentos em máquinas, equipamentos e sistemas avançados, as cooperativas estão adaptando-se aos desafios do mercado e obtendo resultados positivos.
Onde tudo isso vai parar? É muito difícil de elaborar um prognóstico e afirmar exatamente o que o futuro próximo espera, no entanto, o que a história da humanidade mostra é que nenhuma tecnologia irá substituir completamente a presença humana. Bons profissionais sempre terão espaço e serão as molas propulsoras para unir a eficiência e a capacidade de gerar renda para a sociedade.
A edição Especial de Cooperativismo de O Presente Rural pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Boa leitura!
Fonte: O Presente Rural
ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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