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A nutrição é custosa para o pecuarista, por isso utilizar técnicas que possam auxiliar no melhor aproveitamento da dieta é fundamental para obter lucro!
Na última década foi observado o aumento do teor de concentrado nas dietas dos confinamentos brasileiros. Em 2004, segundo levantamento da Assocon (Associação Nacional da Pecuária Intensiva), a média de inclusão de concentrado nos confinamentos do Brasil era de 61%.
Já o levantamento realizado por Pinto e Millen (2015) mostrou crescimento da inclusão para 79,4%. A necessidade de grandes áreas para produção de forragem e de aumento de energia da dieta para maximizar o desempenho animal são fatores que influenciaram fortemente essa mudança.
A eficiência energética da dieta na fase de terminação é de grande importância para o sucesso da operação. Nessa fase a deposição de gordura ocupa maior parte da composição de ganho diário do animal e aumenta junto com o aumento do peso corporal. O tecido adiposo demanda alto teor de energia para ser depositado, dessa forma a quantidade de energia presente na dieta e sua eficiência em se transformar em carcaça determina o desempenho animal.
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O amido é a principal fonte energética das dietas brasileiras e o milho o ingrediente mais utilizado. Os híbridos de milho utilizados na agricultura brasileira são em sua maioria de textura Flint ou duro. O fator que determina a característica do milho é a vitreosidade do endosperma do grão.
A vitreosidade é definida pela proporção do endosperma duro ou vitreo em relação ao endosperma total. A dureza do endosperma está associada à quantidade de proteína presente na matriz proteica do grão. A matriz proteica envolve o grânulo de amido, e quanto maior sua densidade, maior é união dos grânulos de amido no endosperma – diminuindo o acesso às bactérias do rúmen. Essas proteínas associadas ao amido são do grupo das prolaminas.
A prolamina do milho é a Zeína, Gliadina no trigo, Kafirina no sorgo, entre outras. Algumas tecnologias estão disponíveis para contornar essa característica não desejada para a nutrição animal, tanto no processamento dos ingredientes como no uso de aditivos.
Observa-se na figura abaixo, coletada por microscópio eletrônico, como é disposto amido nas diferentes texturas de milho.
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Uma alternativa seria a quebra da matriz proteica por meio da ensilagem dos grãos, exemplos: grão úmido, grão reidratado, snaplage. Enzimas proteolíticas produzidas por microrganismos dentro do silo realizam a quebra da matriz proteica do milho, espalhando os grânulos de amido do endosperma e aumentando a superfície de contato aos microrganismos ruminais (aumentando disgestibilidade).
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Pode-se observar no gráfico a seguir que o grão ensilado atinge valores de disgestibilidade maiores que de híbridos farináceos.
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Outra alternativa é o uso de aditivos que possuem como função auxiliar os microrganismos ruminais para quebrar as moléculas de amido. O RumiStar™ desenvolvido pela DSM é uma amilase exógena preparada para agir na quebra do amido do grão e liberar substrato para produção de energia pelas bactérias ruminais, dessa forma aumentando a eficiência energética do ingrediente e maximizando o desempenho.
Estudos recentes na Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (ESALQ-USP) mostraram que a utilização dessas tecnologias (por 90 dias) aumentou o Ganho de Carcaça e, consequentemente, o rendimento de carcaça dos animais suplementados, conforme podemos visualizar na tabela abaixo:
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Com informações da DSM Tortuga