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Conheça um pouco sobre as principais raças leiteiras do Brasil, suas curiosidades e detalhes que podem fazer a diferença no seu sistema de produção.
O Brasil é conhecido pela sua mistura de culturas, com regiões de grandes diferenças entre si, mas com uma característica em comum: a força do Agronegócio. Quando analisamos a atividade leiteira, muitas empresas rurais tem surgido no setor, bem como algumas deixaram de ser sustentáveis. O setor tem demonstrado dia após dia a importância da tecnologia, qualificação da mão de obra e tudo isso atrelado a uma gestão de qualidade que visa a sustentabilidade do processo.
Sendo assim, quando o produtor pensa em iniciar/melhorar uma criação de vacas leiteiras, um momento muito importante é a escolha da raça, o que depende diretamente do sistema de produção que se pretende adotar na fazenda:
- Extensivo
- Intensivo
- Ciclo completo
- Venda de matriz, de bezerros ou novilhas
- Sistema de dupla aptidão
- Forma de recebimento pelo leite entregue
- Outros
Em um sistema mais intensivo, ou seja, confinado, geralmente o objetivo é a produção máxima dos animais ou qualidade do leite, por isso a escolha é pautada em vacas com alta produção, quantidade de sólidos do leite alta quando este recebe por % de gordura no leite. Mas se o sistema for menos intensivo, em que o animal tem que caminhar até o alimento, a preferência é por vacas medianas, em que a produção é um pouco menor que a do confinado, porém apresenta uma rusticidade maior, aguentando erros de manejo e adversidades climáticas sem grandes prejuízos.
Apresentamos então as raças mais comuns, no Brasil, para se investir na atividade leiteira, sendo essas as:
Raça Holandesa
É a raça europeia mais disseminada no mundo e com maior potencial para a produção de leite. Possui a pelagem branca e preta ou branca e vermelha, são exigentes quanto ao clima, conforto e manejo. É uma matriz muito utilizada em cruzamentos devido ao seu potencial. As novilhas podem ter a primeira cria aos 2 anos de idade. A produção média de leite é de 6 a 10 mil kg em 305 dias de lactação.
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Raça Jersey
É uma raça europeia mais rústica, ou seja, que se adapta mais fácil com uma boa produção de leite, alta fertilidade e grande longevidade, eleita a segunda melhor raça leiteira. É uma raça de pequeno porte com pelagem parda com variação de pardo escuro ao amarelo claro. O leite apresenta elevados teores de proteína e gordura. Devido a precocidade sexual a primeira parição pode ser de 15 aos 18 meses de idade. A produção média de leite é de 3.500 a 5.500 mil em 305 dias de lactação.
Para saber mais sobre a raça e como cria-la, confira a matéria Vantagens de se criar gado Jersey, qualidade do leite é diferencial.
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Raça Pardo Suiço
É uma das raças europeias mais antigas do mundo. Podem ser utilizadas para produção de carne, porém a raça é predominantemente usada na produção leiteira. Possui uma pelagem parda clara a cinzenta escura, são animais rústicos e com alta fertilidade e longevidade. A idade das novilhas ao primeiro parto é de 30 meses. A produção média de leite é de aproximadamente 2.500 kg em 200 dias de lactação.
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Raças Zebu Leiteiras
As raças indianas conhecidas como zebuínas se diferenciam das raças europeias por serem animais que se adaptam mais rápido, com grande resistência ao calor excessivo e à alta umidade do ar. O Gado zebu usufrui com eficiência alimentos com baixa qualidade nutricional. As três raças zebuínas mais comuns são:
Gir
É a raça indiana mais utilizada em cruzamentos. Possui grande porte com a pelagem variada. Apresenta longevidade produtiva e reprodutiva além de ter temperamento dócil. A idade do primeiro parto é de aproximadamente 43 meses. Já a produção média de leite é de mais ou menos 777 kg em 286 dias.
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Guzerá
Considerada a primeira raça zebuína utilizada pelo homem, ela possui fácil adaptação e pode ser utilizada para a produção de leite e carne, ou seja, dupla aptidão. Uma característica importante é a fertilidade da raça, já que se bem manejada pode fazer um bezerro a cada 13 meses. E a produção média de leite durante o período de lactação de 270 dias é de 2.071 kg. Além da % de gordura do leite e sua rusticidade, a raça aceita erros de manejos principalmente para os que iniciam na atividade sem conhecimento do manejo correto.
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Sindi
Adequados para regiões mais secas e de poucos recursos alimentares, como no nordeste brasileiro. Assim como Guzerá também pode ser utilizada na produção de leite e carne. A raça possui um porte pequeno e a pelagem vermelha, variando do mais escuro ao amarelo-alaranjado com pintas brancas com a produção média de leite de 2.266 kg em 250 dias.
Saiba mais da raça Sindi: raça milenar que vem ganhando mercado no Brasil
Girolando
É derivado do cruzamento da raça zebuína Gir com a raça europeia holandesa. A mistura agregou a rusticidade da raça Gir com a alta produção da raça holandesa, além da precocidade sexual, longevidade e fertilidade. Um dos benefícios das raças mestiças é a questão do preço comparado às raças puras, no caso do Girolando o valor é menor e a média de produção de leite é ótima, aproximadamente 5.061 kg em 283 dias.
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Referências: fundacaoroge.org.br, resfriadorestropical.com.br, procreare.com.br