Árvore ‘Frankenstein’: conheça a técnica que faz planta produzir 40 frutos diferentes

Desenvolvida por meio de enxertos pelo artista Sam Van Aken, nos Estados Unidos, a árvore produz variedades de pêssegos, ameixas, damascos, nectarinas, cerejas e amêndoas.

Quarenta espécies de frutas em uma única árvore: até parece cenário de filme, mas é realidade. Apelidada de “Frankenstein”, a planta desenvolvida pelo artista norte-americano Sam Van Aken impressiona ao produzir dezenas de espécies de pêssegos, ameixas, damascos, nectarinas, cerejas e amêndoas, que chegam a ser colhidas todas na mesma época.

Isso acontece porque elas são geneticamente semelhantes: pertencem ao gênero Prunus e possuem o mesmo tipo de estrutura cromossômica.

A árvore é como um quebra-cabeça e isso fica mais evidente durante a primavera, quando os galhos secos são tomados por folhas de diferentes formatos e cores.

Enxertia: técnica milenar

Apesar de curioso, o feito de Van Aken chama mais a atenção pela quantidade, do que propriamente pela inovação. O método usado para desenvolver a árvore foi a enxertia, conhecida pelos chineses há mais de três mil anos.

“Ela (árvore) enche os olhos pela excentricidade, mas a enxertia é milenar e usada no cotidiano para a produção de mudas” explicou o professor de e Produção Vegetal ESALQ/USP, João Alexio Scarpare Filho.

Usada para promover o melhoramento genético, a enxertia consiste em conectar parte de uma planta em outra – da mesma espécie ou não – para que ela se desenvolva de uma única vez.

Basicamente, a árvore receptora tem a função de fornecer nutrientes e água para a planta enxertada. Mas, atenção, não basta simplesmente unir os galhos.

“Também não é qualquer espécie que aceita o enxerto. No caso da árvore de 40 frutos, o artista deve ter usado um pessegueiro como receptor, que aceita um número maior de combinações”, afirmou Scarpare.

borbulhia é a forma mais comum de fazer a enxertia. Nela, um pedaço da casca da planta “matriz” – que será reproduzida – é retirado e conectado à espécie receptora, que também tem uma parte da casca removida, deixando o câmbio exposta – camada entre a superfície e a medula do tronco.

Árvore 'Frankenstein planta
Foto: Sam Van Aken/ Reprodução

Processo lento

Desenvolvida há quinze anos, a árvore “Frankenstein” levou cerca de oito anos para conquistar ramos fartos e produzir frutos. Hoje, a planta original e outras réplicas estão localizadas na Ilha da Liberdade, em Nova York, nos Estados Unidos.

“Ele (Van Aken) deve ter feito por uma realização pessoal ou curiosidade porque fazer uma árvore com 40 frutos não é viável. É um processo lento”, completou o professor da USP.

Fonte: G1

ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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