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O preço da arroba começa a trilhar pela estrada da valorização, os fatores que podem trazer uma nova disparada de preços são citados abaixo, veja!
O fim de junho trouxe um grande momento para o mercado do boi gordo, onde arroba atingiu um novo recorde de preços, segundo o Indicador do Cepea, que atingiu pico de R$ 321,90/@. Além disso, os frigoríficos já estão “desesperados” com a grande restrição na oferta de animais para abate, sendo assim, temos a expectativa de uma nova disparada de preços ao longo desta semana!
Espera-se que os preços da arroba bovina voltem a apresentar valorizações mais expressivas ao longo deste segundo semestre. A oferta de animais terminados se tornará crítica e o avanço da vacinação pode trazer alguma recuperação da atividade econômica no país.
Fechamento da semana
Os animais que atendem o mercado externo, aqueles com até 30 meses de idade, são negociados acima da referência e alcançam preços de R$ 325,00 a R$ 330,00/@, a depender da praça e qualidade do lote!
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 315,35/@, na sexta-feira (02/06), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 304,31/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 314,34/@.
Em Presidente Prudente, praça paulista, o pecuarista informou negócios de R$ 320,00/@ com prazo de três dias para pagamento e abate para o dia 19 de julho. Ainda no gráfico abaixo, é possível perceber que os preços seguem em patamares elevados e, as negociações acima da referência puxam a média para cima!
O indicador do boi gordo do Cepea teve uma forte valorização no final de junho, alcançando o patamar de R$ 321,90. Além disso, segundo a análise do Indicador, os preços tiveram uma valorização de R$ 87,64/@, o que representa uma alta acumulada de cerca de 46% no período de 12 meses.
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Fatores para disparada de preços
Podemos ver alguma alta pontual em função da entrada dos salários na economia, o que motiva a reposição no atacado e no varejo. Historicamente, a primeira quinzena do mês é conhecida pelo aumento do consumo no mercado interno, impactado pelo pagamento dos salários e, além disso, a renovação do auxílio emergencial traz maior animo ao mercado.
Outro ponto que chama atenção, foi a recuperação do valor do dólar, que fechou acima de R$ 5,05. A influência do câmbio para as exportações é alta e, com essa valorização, o país passa a ter maior competitividade no mercado externo. Esse ponto pode trazer uma recuperação no volume de carne embarcada.
O terceiro ponto que chama atenção e traz um alerta ao mercado é a escala de abate. As industrias estão utilizando da manobra de férias coletivas ou a redução na capacidade de abate das plantas para tentar pressionar um cenário de escalas de abate confortáveis.
Na avaliação do analista da Agrifatto Consultoria, Yago Travagini Ferreira, o cenário indica que o Brasil terá uma nova queda sem volume de abates em 2021, “provavelmente o menor dos últimos 12 anos”.
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“Como a gente tem um ciclo de exclusão, um confinamento desestimulado e essa questão da seca mais forte, isso tudo já trazia uma perspectiva de que a gente teria uma oferta mais restrita, mas este frio e essa seca mais intensos trazem essa perspectiva um pouco mais cedo ”, afirma Ferreira.
Uma coisa é certa, o mercado passa por mudanças e os preços para se produzir uma arroba de boi gordo está cada vez mais caro. Sendo assim, o momento é de precaução e, claro, utilizar de ferramentas de gestão e análise de mercado para balizar o planejamento estratégico na venda do boi gordo e compra de insumos.