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Semana pode ser decisiva para os preços praticados no mercado do boi gordo; Entenda abaixo os fatores que podem mexer e qual o cenário para o pecuarista!
Com grande movimentação no mês de abril, os pecuaristas foram do topo a uma pressão de baixa nos últimos dias. Os frigoríficos que estão habilitados a exportação seguem com grande demanda e margens “melhores” que aqueles que tem como destino dos seus produtos apenas o mercado interno. Arroba ainda acima de R$ 320 para animais exportação!
O comando agora para os compradores de gado é um só: “pressionar a baixa de preços”. Por outro lado, os pecuaristas estão vendo os pastos reduzindo a qualidade nutricional com o avanço da seca e um aumento no custo de produção – reposição e nutrição -, o que acaba refletindo em um mercado com menor fluxo de negócios.
Fechamento da Semana
Para o boi comum a cotação caiu 0,3%, ou R$1,00/@, na comparação feita dia a dia e ficou em R$313,00/@, preço bruto e a prazo. Já para novilha, a queda foi de 0,7%, ou R$2,00/@, apregoada em R$304,00/@, nas mesmas condições. O preço da arroba da vaca gorda permaneceu estável na comparação diária.
Bovinos cujo destino é o mercado externo estão sendo negociados em R$320,00/@ a R$ 322,00/@, preço bruto e à vista. Já o Indicador do Cepea, fechou a semana com novo recuo nos preços e cotado a R$ 315,40/@.
Em São Paulo, o valor médio para o animal terminado chegou a R$ 311,50@, na sexta-feira (23/04), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 295,07/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 297,44/@.
O último dia da semana foi de menor fluxo de negócios, com muitos frigoríficos optando por se ausentar da compra de gado, avaliando as melhores estratégias para a aquisição de boiadas na última semana do mês.
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Escalas de abate confortáveis
As programações de abate encerraram a sexta-feira alongadas em grande parte das praças produtoras do país. Com a chegada da seca, a disponibilidade de animais começa avançar, ainda que a conta gotas.
- São Paulo e Goiás, fecharam a semana com 8,0 dias úteis, acima da média parcial anual, que gira em torno de 6,0 dias úteís.
- Em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais, as indústrias encerraram o dia com 5,0 dias úteis, alinhados com a média parcial anual em ambas as regiões.
- Dentre as regiões analisadas, o Tocantins tem as programações mais curtas, em 3,0 dias úteis, abaixo da média parcial anual que está em 4,0 dias úteis.
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Além disso, as indústrias trabalham hoje com escalas de abate mais confortáveis, depois que, ao longo de toda a semana, conseguiram aproveitar melhor o avanço de oferta de boiadas gordas, motivado pelo início do período de seca em muitas regiões pecuárias.
Pecuaristas estão com margens apertadas
O maior problema dos pecuaristas está na chegada da seca, essa que avança em importantes praças pecuárias. Diante disso, o cenário que era confortável para reter a boiada na propriedade, agora não conseguem mais segurar os animais no pasto, aumentando a oferta dos animais na praça.
A deterioração das pastagens, decorrente da escassez de chuvas e do frio, obrigam a terminação de animais em confinamento. No entanto, relata a IHS, os altos custos da nutrição não permitem a operação de engorda no cocho para muitos dos produtores do País.
“Hoje, muitos pecuaristas que pretendiam vender o boi gordo acabam se desfazendo de lotes de animais ainda não terminadas devido aos custos recordes de nutrição, que inviabilizam o confinamento”, reforça a IHS.
Embarques aquecidos
As exportações brasileiras de carne bovina seguem em ritmo forte. O volume médio embarcado de carne bovina in natura nos primeiros 11 dias úteis deste de abril foi de 6,77 mil t/ dia, representando um incremento de 16,5% em relação à média de abril/20, e de 13,6% quando comparado ao volume de março/21.
Arroba vai subir novamente?
No curto prazo, devemos observar uma maior oferta de animais a pasto, a safra já chegou e está acontecendo. Porém, é preciso ressaltar alguns fatores que colocam essa safra em “cheque-mate”, confira abaixo.
A escalas confortáveis dos frigoríficos não é uma total realidade, tendo em vista que as plantas que ainda estão operando trabalham com uma capacidade reduzida de abate, o que continua pressionando suas margens.
Outro fator é a chegada da última semana do mês, momento em que as indústrias precisam fazer estoque para a primeira quinzena de maio, onde o consumo interno é maior diante do pagamento dos salários.
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Além disso, os pecuaristas estão passando por um mercado que “desanima” a intensificação da produção diante de uma nutrição cara e uma reposição supervalorizada. Esses fatores fazem com que o volume de animais e a pressão para venda dentro da porteira seja cada vez mais forte.
Em resumo, devemos observar uma estabilidade dos preços no patamar em que estamos observando o mercado trabalhar nesse momento. As novas valorizações iram acontecer no médio prazo!