Usando técnicas de criação sustentável e sem aumentar a área de pastagem, o rebanho bovino da Amazônia chegaria a 240 milhões de cabeças, de acordo com Francisco Beduschi, presidente do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS).
“Das 80 milhões de cabeças de gado criado no bioma amazônico, é possível aumentar o rebanho em até três vezes sem fazer desmatamento”.
A produção de carne sustentável vem ganhando a adesão de empresas escala em frigoríficos como a Minerva, apoiados pela adesão de redes como o McDonald’s, que já inclui o produto no cardápio, e grandes supermercadistas. “O Walmart e o Carrefour já comercializam a carne, e o Pão de Açúcar estuda formas de colocar o produto em suas lojas”.
O bioma amazônico é formado pelos estados do Norte, Mato Grosso e parte do Maranhão. Segundo Beduschi, no Mato Grosso se concentra a maior parte do rebanho bovino nacional, cerca de 29 milhões de cabeças que representam 16% do total de 180 milhões. Como a taxa de ocupação de gado no bioma é de 1,4 cabeça por hectare, o potencial de criação é de três vezes mais aproveitando os espaços abertos pela pecuária.
O GTPS é uma associação formada por grandes representantes da cadeia pecuária bovina, como produtores, indústrias, varejistas e fornecedores. O grupo tem estudos recentes que mostram que é possível reduzir de 70% a 90% de emissões por quilo de carne produzida aplicando práticas sustentáveis. “Isso diminuiria as emissões de 120 quilos de CO₂ para cerca de 40 quilos”, pontua Beduschi.
Para Beduschi, a pecuária feita de modo sustentável é a melhor forma de se desenvolver na Amazônia.
Fonte: O Estado de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.