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Mercado interno instável, exportações patinando e um preço da arroba que não deve ceder nos próximos meses. Como manter a margem de lucro?
A indústria de carne bovina inicia o ano com o desafio de manter em altos patamares os preços do produto, especialmente no mercado doméstico, para preservar as margens dos frigoríficos diante da arroba do boi gordo valorizada e da remuneração dos pecuaristas, que precisam lidar com os altos custos de produção. A avaliação foi feita pelo banco Itaú BBA, em relatório mensal sobre commodities.
A dificuldade é maior levando em conta a situação econômica do País e a retirada do auxílio emergencial pelo governo federal, o que pode fazer com que o consumo interno não dê conta dos altos preços da proteína, ainda mais em um ambiente em que a carne de frango continua competitiva e servindo como substituta, afirma o banco.
Em relação aos custos para o pecuarista, analistas reforçam as preocupações com o valor do bezerro, que segue alto em relação ao do boi gordo, mantendo desvantajosa a relação de troca. “Por outro lado, os criadores tendem a continuar capitalizando a estrutural escassez de bezerros enquanto o cenário da pecuária seguir construtivo”, afirmam em relatório.
As boas perspectivas ficam para o mercado externo, sobretudo a China, que tende a se manter como um importante parceiro comercial para o País.
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De acordo com o Itaú BBA, outro fator importante nesse sentido é a recuperação dos preços em dólares, que já vem ocorrendo nos últimos quatro meses. “Se o cenário para a moeda americana mais depreciada se confirmar é possível que os preços continuem nesse curso.”
“Tanto o mercado interno quanto a exportação começam o ano com spreads bem menores em comparação com um ano atrás, o que tende a restringir um novo e vigoroso movimento de alta do boi, a menos que a carne volte a subir sustentando os recordes históricos como há poucos meses, o que acreditamos ser improvável”, acrescenta o banco.
Com informações do Broadcast Agro.