No domingo de Páscoa, uma ação foi conduzida no Aeroporto de Guarulhos, localizado em São Paulo.
No domingo de Páscoa, uma equipe de auditores fiscais federais agropecuários realizou uma operação no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e descobriu uma variedade de mudas de plantas de diferentes espécies. Embora aparentemente inofensivas, essas mudas, trazidas por uma tripulante de uma companhia aérea e originárias de outros biomas, representavam um sério risco para o ecossistema nacional devido à possibilidade de abrigarem organismos prejudiciais. O Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) alertou que as mudas de bananeiras eram as mais preocupantes.
Os auditores explicaram que esses produtos exigiam autorização prévia para entrar no Brasil, além de passarem por tratamentos, quarentena e análise para garantir a ausência de organismos prejudiciais. A tripulante estava ciente dos procedimentos sanitários, mas não os seguiu. Consequentemente, as autoridades apreenderam e destruíram as mudas.
Um dos perigos identificados foi o fungo Fusarium oxysporum, responsável pelo “mal do Panamá”, que vive no solo e prejudica o cultivo de bananas, obstruindo os vasos condutores e levando à morte das frutas em poucas semanas ou até dias. Embora não seja nocivo aos humanos, esse fungo se espalha pelo ar através de esporos, podendo contaminar vastas áreas agrícolas.
O Brasil, sendo o quarto maior produtor mundial de bananas, com aproximadamente 6,8 milhões de toneladas anuais, enfrenta um grande desafio diante da presença desse fungo. De acordo com o auditor agropecuário Antônio da Matta, o Fusarium oxysporum pode sobreviver no solo por décadas, mesmo na ausência da planta hospedeira, tornando sua erradicação praticamente impossível. Além disso, sua propagação pelo vento dificulta as medidas de controle.
Considerada uma das maiores ameaças ao setor agropecuário brasileiro pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a disseminação do fungo representa um risco significativo. Ele já foi detectado em vários países, incluindo Austrália, China, Indonésia, Malásia, Laos, Moçambique, Myanmar, Omã, Taiwan, Líbano, Paquistão e Vietnã, e recentemente foi identificado também na Colômbia.
Um auditor destaca a importância de se ter cautela no transporte de organismos entre diferentes biomas, pois as variações nos ecossistemas podem desencadear reações prejudiciais.
“É essencial divulgar essas informações para conscientizar a população sobre a importância de agir com responsabilidade. É muito mais econômico prevenir na entrada do que lidar com os custos exorbitantes e os desafios de adaptação após a infestação por uma praga”, enfatiza o auditor.
Escrito por Compre Rural
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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