
Enquanto parte do Sul viverá dias de tempo firme e temperaturas baixas, outras regiões precisarão lidar com volumes significativos de chuva, risco de alagamentos e possíveis transtornos agrícolas e urbanos.
O Brasil começa a última semana de abril sob influência de instabilidades climáticas em praticamente todas as regiões. A previsão indica uma combinação de frentes frias, atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e infiltração de umidade, provocando desde chuvas isoladas até temporais volumosos, com destaque para o litoral nordestino, Norte e Centro-Oeste do país. Enquanto parte do Sul viverá dias de tempo firme e temperaturas baixas, outras regiões precisarão lidar com volumes significativos de chuva, risco de alagamentos e possíveis transtornos agrícolas e urbanos.
O cenário exige atenção redobrada, especialmente em áreas já castigadas por altos volumes de precipitação neste mês, como Mato Grosso do Sul, que enfrenta uma das maiores concentrações de chuvas de sua história recente.
Mato Grosso do Sul tem o abril mais chuvoso em décadas
Abril de 2025 já é histórico para o Mato Grosso do Sul. Diversas cidades acumularam mais de 200 mm de chuva em apenas 26 dias, superando amplamente a média histórica do mês, que varia entre 100 mm e 140 mm, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Campo Grande, a capital, registrou 188,4 mm, ultrapassando o dobro da média e configurando o terceiro abril mais chuvoso desde 2002. Veja alguns dos maiores acumulados no estado:
- Coxim: 310,2 mm
- Sete Quedas: 271,0 mm
- Dourados: 268,0 mm
- Santa Rita do Pardo: 264,4 mm
- Aral Moreira: 264,2 mm
- Laguna Carapã: 259,4 mm
- Ribas do Rio Pardo: 250,4 mm
Ainda há alerta para mais chuvas fortes em todo o estado nesta segunda-feira (28), embora a expectativa seja de enfraquecimento das instabilidades e predomínio de sol a partir de terça-feira (29).
Previsão do tempo por região
Centro-Oeste
Instabilidades vindas do Paraguai continuam a trazer chuvas ao Mato Grosso do Sul, principalmente no noroeste e sul do estado, com risco de novos temporais. Em Mato Grosso e Goiás, são previstas pancadas moderadas a fortes, com atenção especial para Cuiabá e Goiânia.
- Centro-norte de Mato Grosso e nordeste de Goiás: acumulados de 30 a 40 mm.
- Demais áreas: precipitação mais fraca, entre 5 e 15 mm, favorecendo operações agrícolas, como o tratamento fitossanitário do milho segunda safra.
Sudeste
O Sudeste terá uma semana de variações: o litoral paulista e a capital São Paulo terão mais nebulosidade e chuviscos leves, enquanto o interior mineiro, Triângulo Mineiro, noroeste de Minas Gerais e Espírito Santo podem enfrentar pancadas de moderadas a fortes.
- Centro-norte mineiro, Espírito Santo, Rio de Janeiro e litoral de São Paulo: acumulado semanal entre 40 e 50 mm.
- Interior paulista e centro-sul mineiro: volumes mais discretos, de 10 a 15 mm, sem impactos relevantes.
Sul
Uma frente fria já afastada pelo oceano deixa o tempo mais firme em grande parte da região Sul, especialmente no Rio Grande do Sul. Destaque para temperaturas amenas e chance de geada nas serras gaúcha e catarinense.
- Temperaturas mínimas: em torno de 10 °C nas áreas de baixada e podendo cair para abaixo de 4 °C nas serras.
- Chuva fraca apenas no oeste gaúcho e nos litorais de Santa Catarina e Paraná, com volumes entre 5 e 10 mm.
O cenário deve favorecer a reta final da colheita do arroz em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Nordeste
A influência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) provoca chuvas volumosas no litoral do Maranhão, Piauí, Ceará e Bahia, enquanto o interior permanece seco e quente.
- Litoral da Bahia: acumulados entre 100 e 150 mm, com risco elevado de alagamentos e deslizamentos.
- Norte do Ceará e Maranhão: volumes entre 30 e 40 mm.
- Interior do Maranhão, sul do Piauí e interior baiano: chuvas entre 15 e 30 mm.
Norte
A semana será marcada por tempo instável, com alerta de temporais principalmente nas capitais Manaus, Belém e Macapá.
- Roraima, noroeste do Pará, Amapá e norte do Amazonas: volumes de até 100 mm.
- Acre, Rondônia, restante do Amazonas, Pará e Tocantins: acumulados entre 30 e 50 mm, mantendo boas condições para pastagens e cultivos.
Alertas e informações gerais
O cenário climático desta semana exige atenção em várias frentes. As chuvas intensas previstas para o Nordeste e o Centro-Oeste, somadas à continuidade da instabilidade no Norte, elevam os riscos de alagamentos, deslizamentos e transtornos agrícolas.
Em contraste, o Sul do país terá condições favoráveis para o avanço das colheitas, mas com o alerta para possíveis geadas que podem impactar áreas sensíveis.
Produtores rurais, autoridades municipais e a população em geral devem acompanhar diariamente os boletins meteorológicos e adotar medidas preventivas para minimizar danos. Especialmente em regiões como o Mato Grosso do Sul e litoral baiano, onde os acumulados de chuva já são expressivos, o alerta deve ser mantido.
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