Agora é “queda de braço”, boi gordo segue em R$ 252/@ e escalas garantem viés de alta

Nesta quinta-feira (5), os preços do boi gordo continuaram em alta, alinhados com a redução das escalas de abate, que se mantêm encurtadas em grande parte do país, variando entre seis a sete dias úteis.

O mercado físico do boi gordo está passando por um período de valorização nos preços, refletindo a menor oferta de animais prontos para o abate e uma demanda forte tanto no mercado interno quanto no externo. Nesta quinta-feira (5), os preços continuaram em alta, alinhados com a redução das escalas de abate, que se mantêm encurtadas em grande parte do país, variando entre seis a sete dias úteis, a depender da praça pecuária.

De acordo com Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, o cenário aponta para elevações no curto prazo, principalmente devido ao ritmo intenso das exportações brasileiras, com o país sendo um dos principais fornecedores de proteínas no mercado global. No âmbito doméstico, a demanda também segue firme, impulsionada pelo aumento no consumo de carne bovina.

Preços por regiões

Segundo apuração da Scot Consultoria, o mercado paulista andou de lado nesta quinta-feira, mas ainda com tendência altista nos preços da arroba. Com isso, pelos números da Scot, o boi “comum” paulista continua valendo R$ 245/@, a vaca gorda é vendida por R$ 220/@ e a novilha custa R$ 235/@ (todas as cotações a prazo).

Já para a Agrifatto, nesta quinta-feira (5/9), o preço da arroba em São Paulo se manteve em R$ 250, considerando a média entre o boi gordo “comum” e o “boi-China”.

Ainda na publicação sobre os cenários do boi gordo da Scot, ˜o quadro de estabilidade se dá em meio a um cenário de preços firmes, após boa movimentação esta semana, com a oferta mais limitada de boiadas e o vendedor buscando por preços melhores. O cenário para os próximos dias, no entanto, deve continuar favorável para a ponta vendedora, especialmente se a oferta seguir comedida e as exportações mantiverem o ritmo atual”, completou.

Os preços da arroba do boi gordo variam conforme a região:

  • São Paulo: R$ 252,00/@
  • Goiás: R$ 239,36/@
  • Minas Gerais: R$ 235,94/@
  • Mato Grosso do Sul: R$ 250,25/@
  • Mato Grosso: R$ 218,72/@

Atacado mantém firmeza

No mercado atacadista, os preços seguem firmes, refletindo a boa demanda da primeira quinzena do mês, período de maior apelo ao consumo devido ao pagamento de salários. O quarto traseiro é vendido a R$ 18,40 por quilo, enquanto o quarto dianteiro e a ponta de agulha permanecem em R$ 14,00 por quilo.

Fatores macroeconômicos e exportações

Os indicadores econômicos reforçam a expectativa de que o consumo interno de carne bovina continue forte, assim como as exportações brasileiras, que se beneficiam de preços competitivos e da diminuição da oferta nos Estados Unidos, país que enfrenta dificuldades de produção desde o ano passado.

As programações de abate continuam sentindo o impacto da escassez de boiadas, especialmente com o tempo seco e a queda na oferta de animais a pasto. Frigoríficos estão recorrendo cada vez mais ao confinamento para garantir o fluxo de produção, mas o cenário ainda é desafiador.

Na análise da Agrifatto, o mercado paulista mostrou um aquecimento significativo, com a arroba atingindo R$ 250, enquanto a venda de carne com osso no varejo também apresentou boa performance, especialmente nos primeiros dias de setembro. As distribuições do atacado seguem estáveis, mantendo um fluxo regular de mercadorias.

Câmbio e exportações no mercado do boi gordo

O câmbio também impacta os negócios. O dólar encerrou a quinta-feira em queda de 1,18%, sendo negociado a R$ 5,57 para venda. Esse movimento ajuda a manter a competitividade das exportações brasileiras, apesar de a demanda chinesa ter mostrado alguns sinais de resistência aos novos preços propostos.

No mercado futuro, o contrato para setembro/24 foi cotado a R$ 248,50/@, enquanto o contrato para novembro/24 subiu para R$ 261,15/@, um avanço diário de 1,34%, refletindo expectativas de valorização adicional no final do ano.

O cenário atual, portanto, é de pressão de alta nos preços, tanto pela redução na oferta quanto pela manutenção de uma demanda robusta em todos os mercados.

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