Açúcar já subiu 1,4%, chegando a US$ 559.70 por tonelada em Londres; açúcar bruto fecha estável na ICE e café arábica recua
A decisão do governo indiano de limitar a exportação de açúcar restringe a oferta global e as atenções se voltam para o Brasil.
A Índia, o segundo maior exportador de açúcar do mundo depois do Brasil, restringirá as exportações de açúcar acima de 10 milhões de toneladas como medida de precaução para proteger seu próprio suprimento de alimentos, segundo informou a Bloomberg. Quando os embarques atingirem 9 milhões de toneladas, os exportadores terão que solicitar licenças para enviar 1 milhão de toneladas restante.
“A manchete é positiva para os preços do açúcar, mas não muda muito o quadro de oferta, já que o mercado espera entre 9 e 10 milhões”, disse Ben Seed, analista da Czapp.
O açúcar branco para entrega em agosto subiu até 1,4%, para US$ 559.70 por tonelada em Londres.
“A reação do mercado foi uma surpresa”, disse Michael McDougall, diretor administrativo da Paragon Global Markets. A confirmação da proibição indiana volta o foco para o Brasil, disse ele.
A UNICA deve divulgar seus últimos números nesta semana. Há preocupação com “rendimentos agrícolas” no Brasil, disse Seed. “Provavelmente há mais aspectos negativos para a colheita do que positivos. Você também tem a dinâmica com o mercado de energia, com a paridade do etanol” e da gasolina no país, onde o chefe da Petrobras foi demitido ontem. Preços mais altos do combustível significam que mais cana-de-açúcar vai para a produção de etanol.
O açúcar branco também sente a pressão da menor capacidade nas refinarias e “vários players no Oriente Médio não conseguem abastecer o mercado com a quantidade de açúcar que normalmente ofereceriam”, disse Seed.
Em outros mercados agrícolas, café e algodão caíam enquanto o cacau subia.
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Os contratos futuros de açúcar bruto fecharam praticamente estáveis na ICE nesta terça-feira, depois de subirem mais cedo, com a restrição de exportações do adoçante da Índia pela primeira vez em seis anos para evitar um aumento nos preços domésticos, potencialmente limitando os embarques desta temporada em 10 milhões de toneladas.
Açúcar
O contrato do açúcar bruto para julho fechou em 19,75 centavos de dólar por libra-peso em uma sessão agitada, com o contrato spot movendo-se em uma faixa de 19,45 a 19,99 centavos de dólar (USDBLR) por libra-peso.
Negociantes disseram que, embora o limite de exportação da Índia não tenha sido uma grande surpresa, parte do mercado apostava anteriormente que o segundo maior exportador de açúcar do mundo embarcaria mais de 10 milhões de toneladas nesta temporada.
A mudança no comando da Petrobras (PETR4), no entanto, foi vista como baixista, já que o mercado esperava um aumento no preço da gasolina no país, algo que agora parece improvável, disseram traders.
O açúcar branco para agosto subiu 4,50 dólares, ou 0,8%, para 556,50 dólares a tonelada.
Café
O café arábica de julho caiu 2,1 centavos, ou 1,0%, para 2,1365 dólares por libra-peso, atingindo seu menor nível desde meados de maio em 2,11 dólares.
Negociantes disseram que os temores sobre o risco de geada no principal produtor, o Brasil, diminuíram por enquanto, colocando o arábica sob pressão renovada por temores de que a guerra Rússia–Ucrânia e a inflação crescente prejudicarão o crescimento global e, com isso, a demanda por café.
O café robusta de julho subiu 2 dólares, ou 0,1%, a 2.043 dólares a tonelada.
Fonte: Bloomberg / Reuters