
Inovação e sustentabilidade impulsionam a transformação do agronegócio e atraem profissionais qualificados para o Centro-Oeste.
O agronegócio do Centro-Oeste brasileiro passa por uma profunda transformação. Tradicionalmente marcado por métodos manuais e técnicas convencionais, o setor vem se modernizando graças à integração de tecnologias digitais e inovações sustentáveis. Essa revolução não só cria novas oportunidades de emprego, mas também redefine o perfil dos profissionais que atuam na agropecuária, conectando o conhecimento científico e tecnológico com as demandas do campo.
A modernização do agro tem impulsionado a criação de diversas funções especializadas. Entre elas, destacam-se:
- Cientista de dados agrícolas: Responsável por analisar informações, utilizar estatística e programação para otimizar os processos do plantio e do geoprocessamento. Essa função tem um papel crucial na coleta e interpretação de dados geográficos que permitem uma gestão mais eficiente das lavouras.
- Técnico em agricultura digital: Une conhecimentos de tecnologia da informação (TI) e dos processos do campo para implementar o plantio inteligente, a recirculação de águas e a gestão moderna das fazendas.
- Engenheiro agrônomo digital: Combina os fundamentos da engenharia agronômica com técnicas modernas para construir modelos de fazendas que incorporam as mais recentes inovações tecnológicas.
- Designer de máquinas agrícolas: Profissional que desenvolve equipamentos voltados para o campo, sempre considerando padrões econômicos, sociais e a crescente demanda por sustentabilidade.
- Piloto de drone: Uma das funções que mais cresce no país, essa profissão exige conhecimentos não apenas técnicos sobre a operação do equipamento, mas também uma compreensão detalhada das características das plantas, doenças e condições climáticas, essenciais para uma aplicação segura e eficiente de insumos.
- Consultor em sustentabilidade agrícola: Atua auxiliando produtores e empresas na adoção de práticas que minimizam o impacto ambiental, promovendo uma produção mais resiliente e alinhada às exigências atuais de preservação ecológica.
Um estudo realizado em 2021, em parceria entre a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), apontou que essas novas carreiras têm o potencial de gerar milhares de empregos na próxima década. Dados de consultorias internacionais também indicam faixas salariais competitivas, com cientistas de dados podendo receber entre R$8 mil e R$12 mil e operadores de drones chegando a R$9 mil.
A modernização do agronegócio está intrinsecamente ligada ao surgimento das chamadas agtechs – startups que inovam em tecnologias voltadas para o setor. Em 2023, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) registrou um aumento de 11,5% no número dessas empresas em apenas um ano.
Embora a maioria esteja concentrada no Sudeste, a presença no Centro-Oeste vem crescendo, demonstrando que a região se torna cada vez mais atrativa para investimentos em tecnologia agrícola. Essa expansão também reflete a busca por métodos que aumentem a produção sem comprometer a preservação ambiental, uma vez que o setor, apesar do crescimento, ainda é responsável por grande parte das emissões de gases poluentes no país.
Além do dinamismo tecnológico, o Centro-Oeste se destaca pelo seu crescimento econômico e populacional. A região se consolidou como um verdadeiro polo de oportunidades, atraindo profissionais de diversas áreas. Estudos apontam que, entre dezembro de 2019 e março de 2023, a ocupação no Centro-Oeste cresceu 6,8%, impulsionada não só pelo agronegócio, mas também pelo comércio, serviços e indústria.
Cidades que antes tinham um perfil predominantemente rural estão experimentando um rápido processo de urbanização. Municípios como Senador Canedo, que registrou um crescimento expressivo – com a população quase dobrada entre 2010 e 2022 –, e cidades com economia centrada na soja, como Sinop e Sorriso, exemplificam essa transformação. As capitais regionais, como Cuiabá, Campo Grande e Goiânia, além de Brasília, têm absorvido um grande número de novos moradores, refletindo o impacto positivo da modernização no campo sobre a economia como um todo.
A convergência entre tecnologia, sustentabilidade e inovação está redesenhando o panorama do agronegócio no Centro-Oeste. Com o surgimento de novas profissões – que vão desde cientistas de dados e engenheiros agrônomos digitais até pilotos de drones – o setor não só moderniza suas práticas, mas também impulsiona o crescimento regional e diversifica a economia. Essa transformação evidencia que o futuro do agro é pautado pela eficiência, pelo respeito ao meio ambiente e pela capacidade de integrar conhecimento técnico com as necessidades práticas do campo, criando um ambiente de oportunidades para profissionais de todas as áreas.
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